"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 2 de março de 2015

CLUBE MILITAR REAGE A LULA. DILMA CRITICA JOAQUIM LEVY

         
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A reação do Clube Militar à manifestação do ex-presidente Lula conclamando o MST a colocar “seu exército nas ruas” e as críticas feitas pela presidente Dilma Rousseff ao ministro Joaquim Levy pelo seu pronunciamento contra as desonerações empresariais nas folhas de pagamento de salários, sem dúvida, foram os fatos políticos mais importantes que marcaram o fim de semana, com reflexos que provavelmente devem se estender e aprofundar no decorrer do tempo.

Na edição de sábado 28, a Folha de São Paulo publicou matéria do repórter Marco Antônio Martins reproduzindo a nota divulgada pelo general Gilberto Pimentel, presidente do Clube Militar condenando a atitude de Lula de “incitar o confronto”.

Ao se referir ao episódio, está evidente que o general Gilberto Pimentel falou em nome não só do Clube Militar, mas das próprias Forças Armadas na ativa, que receberam com o silêncio as declarações reveladas pela entidade.

A manifestação assim cresce de importância e, lendo o seu texto com atenção não há como deixar de destacar o tom forte das declarações contidas na nota. Nesta, há uma frase que aprofunda a indignação: “Sempre houve e sempre haverá somente um exército, o Exército Brasileiro”.

Portanto resposta mais frontal e forte ao que Lula declarou na ABI, impossível. O choque político, assim, começa a se deslocar para fora dos eixos partidários representados no Congresso Nacional.

AJUSTE DE DIFÍCIL APROVAÇÃO

Em matéria de eixos partidários no Congresso, as críticas diretas feitas pela presidente Dilma Rousseff ao ministro Joaquim Levy – reportagem de Mariana Carneiro, Natuza Nery e Renata Agostini, Folha de São Paulo de ontem, domingo – tornaram ainda mais difícil que o projeto fiscal do governo venha a ser aprovado, como deseja o Planalto.
Pois se as dúvidas em torno da matéria envolvem uma divergência entre a presidente da República e o ministro da Fazenda, com muito maior dose de razão vão se estender aos deputados e senadores e principalmente à opinião pública brasileira.

O ministro Joaquim Levy, na véspera, sexta-feira, havia criticado as desonerações fiscais aplicadas às empresas de acordo com a dimensão de cada uma, classificando-as de inadequadas e grosseiras, uma brincadeira que custou 25 bilhões de reais no ano passado, sem reflexo no mercado de emprego. Joaquim Levy esqueceu que as desonerações haviam sido implantadas pela própria presidente Dilma Rousseff, antes da reeleição, portanto, no primeiro ciclo de seu mandato.
O ministro da Fazenda tentou se explicar na noite de sábado acentuando que em sua fala original adotou um tom por demais coloquial. O que não é verdade, uma vez que as afirmações que proferiu foram feitas durante uma exposição a parlamentares sobre os projetos polêmicos do governo.

MANCHETES DOS JORNAIS

O assunto destacando as críticas de Dilma Rousseff foram de tal importância que se transformaram em matérias principais das edições da Folha de São Paulo e de O Estado de São Paulo que a colocaram em suas manchetes de primeira página, enquanto O Globo colocou uma chamada também em sua página primeira.
Mas sobrepõe-se a isso o reflexo que a distonia evidenciada vai causar.
A posição de Joaquim Levy, censurada publicamente, sairá enfraquecida do episódio, e a do governo, da mesma forma.

Se já era difícil aprovar a medida provisória que corta as pensões por morte legada pelos segurados, agora tornou-se mais difícil ainda. Sobretudo porque o texto é controvertido e os pontos de controvérsia flagrantes são vários.
Pretendo inclusive colocar este aspecto do assunto num próximo artigo. Por hoje ficamos na controvérsia que envolve o próprio governo. Já é muito e pode crescer ainda mais, principalmente porque a posição da equipe econômica está nitidamente abalada.

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