"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

E AGORA, OBAMA?


 
“As idéias são muito mais poderosas do que as armas. Nós não permitimos que nossos inimigos tenham armas. Por que deveríamos permitir que tenham idéias?” Stalin

Só os muito comunistas, os muito ingênuos e os muito visionários não sabiam que a recente entente cordiale entre os EUA e Cuba, enquanto fortalecia o regime e atendia à alta conveniência do governo cubano, em sentido algum satisfazia os interesses do povo da ilha.

Cuba, há muitos anos, funciona como um empreendimento privado dos irmãos Castro. Num país onde o governo controla tudo, com maior rigor controlará os novos negócios que se implantarem, bem como o provimento dos novos postos de trabalho.
O Minint continuará agindo como sempre, distinguindo “ciudadanos confiables” de “no confiables” ao indicar os ocupantes dessas posições privilegiadas. E o governo, a exemplo do que ocorre há décadas, continuará recolhendo para si algo entre 80% e 90% dos valores pagos a trabalhadores cubanos.

O regime, o regime como existe lá, e não como é relatado aqui pelos devotos das associações de “amigos de Cuba”, continuará mantendo seu poder absoluto sobre um povo escravo. Saiba, leitor: em seu próprio país, os cubanos são cidadãos de segunda categoria – “ciudadanos de segunda“, dizem de si mesmos. No sistema vigente, só os estrangeiros e os apaniguados do poder são cidadãos de primeira categoria.

DISSIDENTES

Naquele regime diabólico, monopartidário, onde não pode existir oposição política, os “dissidentes” (assim são chamados aqueles que se atrevem a expressar opinião contrária ao governo) podem ser presos a qualquer momento, sem exigência formal. E permanecerão assim enquanto as autoridades desejarem.
Se submetidos a julgamento e forem condenados, as penas vão a 20 ou 30 anos com a maior facilidade porque será sempre sob acusação de “alta-traição”, o mais grave dos crimes possíveis, até recentemente punido no “paredón”.

Pois bem, entre os dias 29 e 30 deste mês, enquanto Obama e seus amigos do Partido Democrata ainda comemoravam o acordo feito com Raúl, nova onda repressiva se abateu sobre a oposição cubana, com a prisão de pelo menos três dezenas de dissidentes, entre os quais a artista Tânia Bruguera e o marido de Yoani Sanchez.
Alguns ficaram em prisão domiciliar e outros foram efetivamente recolhidos. Segundo informações da totalmente ilegal Comissão Cubana de Direitos Humanos (e aí, Maria do Rosário?), prisões preventivas, intimidatórias,  que acabam sem nenhuma acusação, ocorrem com frequência na ilha. Mas podem, também, redundar em meses ou anos numa masmorra do regime. Por quê? Por crime de consciência.

AMERICANOS “PREOCUPADOS”

O Departamento de Estado, em comunicado, saiu-se com esta: “Estamos profundamente preocupados com as últimas informações de detenções por parte das autoridades cubanas de membros pacíficos da sociedade civil e de ativistas“.
E, mais adiante: “Condenamos fortemente a perseguição contínua do governo cubano e a utilização reiterada da detenção arbitrária, às vezes com violência, para silenciar os críticos, perturbar as reuniões pacíficas e a liberdade de expressão, e intimidar cidadãos“.

Portanto, concluo como iniciei: só os muito comunistas, porque pensam como o camarada Stalin, os muito ingênuos e os muito visionários não sabiam que isso iria acontecer.

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