"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

A MAQUIAGEM DAS CONTAS E O CONCEITO DE DÍVIDA LÍQUIDA

       


Não há razão para qualquer país do mundo utilizar o conceito de dívida líquida para balizamento e controle de seu estoque. Não, os juros da dívida incorrem sobre toda a dívida. Portanto, é um engodo falar-se em dívida líquida. O rombo só é devidamente dimensionado quando visualizada a dívida bruta, sobre a qual, como já disse, incorre os juros.

Quanto à contenção dos preços da energia elétrica ou a transferência de sobrepreços para o Tesouro Nacional (que até então vinha sendo feita através da conta de desenvolvimento energético, a chamada conta CDE), essa política equivocada terá de ser suspensa. Os mais de R$ 9 bilhões que ficaram a encargo do Tesouro, serão agora transferidos à tarifa pública de energia elétrica e arcados pela população.

Todos os preços e tarifas públicas que o governo represou para mascarar a inflação real, sem dúvida, agora terão de ser reajustados.

O pior é que será dificílimo acabar com esta inércia negativa nas contas do governo, tomando-se o cuidado para que esse freio, necessário, não repercuta em uma terrível recessão daqui por diante. Por isso, a necessidade de um ajuste fiscal gradual.

ECONOMIA RECESSIVA

O problema é que, mesmo sem o ajuste, já estamos vivendo uma economia recessiva. Com toda certeza, 2015, 2016 e os anos seguintes não serão fáceis para o Brasil. De maneira alguma. Ao que parece, o ano que está chegando será para consolidação dos ajustes, enquanto 2016 seja o ano do arrocho financeiro para o país e toda a população. Lembrando que os ajustes para o salário mínimo já estão comprometidos para 2016, pelo resultado do PIB, neste ano, que irá compor o cálculo do reajuste naquele período.

O quadro econômico do país, para quem não vive de rendas e investimentos no setor financeiro, isto é, para a maioria da população, reflete uma realidade dramática para a maioria das famílias brasileiras, a ser vivenciada a partir dos próximos meses, passando a atingir o auge do aperto já no início de 2016.

A realidade que começamos a enfrentar já em 2014 foi proporcionada por sucessivos erros da equipe econômica de governo, que quis sustentar, artificialmente, toda a economia nacional por meio da dívida pública, de forma irresponsável, atolando o país em uma armadilha de estagflação.
Agora a população está sendo chamada a arcar com as consequências dos atos irresponsáveis desta equipe de governo. E não pagaremos essa conta em menos de quatro anos.

02 de janeiro de 2015
Wagner Pires

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