"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 3 de janeiro de 2015

A QUADRILHA VAI CONTINUAR NO PODER, PROMETE GILBERTO CARVALHO

       
 Governo Sociedade Civil (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Carvalho ressalva que não é ladrão

Com um discurso emocionado, o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho (PT-SP), deixou o governo nesta sexta-feira (2). Ele se desculpou por suas declarações à imprensa que irritaram a presidente Dilma Rousseff e respondeu aos que acusam os integrantes do governo de fazer parte de uma “quadrilha”.

“A quem diz que perdeu as eleições para uma quadrilha, quero responder que é essa a nossa quadrilha. Para eles, pobre é quadrilha, essa é a quadrilha dos pobres, que foram injustamente vencidos na história, que foram o tempo todo marginalizados e que agora estão sendo tratados minimamente com dignidade. Com muito orgulho quero dizer que pertenço a essa quadrilha e vamos continuar mudando no País”, disse Carvalho durante a cerimônia de transmissão de cargo.

O ex-ministro foi substituído por Miguel Rossetto. A pasta tem a função de fazer a interface do Planalto com movimentos sociais. Rossetto disse que seguirá a orientação dada pela presidente Dilma de não retroagir em direitos já conquistados. “Há que se dar continuidade a um projeto iniciado com um conceito expresso. Nenhum direito a menos, nenhum passo atrás”, disse o ministro Rossetto.

NÃO É LADRÃO

Antes, Carvalho, em um discurso emocionado, disse que não é ladrão. “É por conta dessa gente que ganhamos as eleições, é por conta desse tipo de mudança que ganhamos as eleições. E ai de quem se apega ao poder. A política é feita para servir. A imensa maioria dos nossos companheiros, ministros e assessores trabalha aqui por amor, trabalha aqui para servir. Nós não somos ladrões. Eu volto para casa depois de 12 anos com minha quitinete rural e com meu apartamento que estou devendo para o Banco do Brasil durante 19 anos. Desafio certas vestais a comparar a evolução patrimonial de todos eles com os nossos ministros, nossos parlamentares, nossa gente. Não vamos levar desaforo para casa. Temos dignidade”, disse o ministro, arrancando aplausos da plateia.

O petista continuou o desabafo. “É verdade que há entre nós aqueles que tombaram e aqueles que caíram nos erros. Diferentemente de antes, cada um de nossos companheiros que cometeu um erro foi punido, pagou um preço doloroso para nós, mas pagou o preço e isso eu espero que sirva de fato para um novo padrão republicano.”

“SINCERICÍDIO”

Carvalho disse que suas declarações feitas a imprensa ocorreram em momentos de “sincericídio”. “Eu pedi desculpas a ela porque eu dei muita dor de cabeça a ela, principalmente, devido as minhas declarações à imprensa”, afirmou.

“Nesta casa ninguém falava com os jornalistas e eu caía na deles e de repente isso virava uma bomba. Mas em nenhum momento eu me arrependi”, disse Carvalho, que protagonizou episódios de saia justa no governo.
Na Copa do Mundo, por exemplo, Carvalho rechaçou a ideia de que as vaias e xingamentos nos estádios contra a presidente, partiram da “elite branca”, como defendiam petistas, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

03 de janeiro de 2015
Luciana Lima
 iG Brasília

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