"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 3 de janeiro de 2015

O POVO PRECISA APRENDER A SER ECONÔMICO...



Espantoso! Agora Dilma quer economizar cortando o ganho real do salário mínimo.


 
(O Globo) Inoportuno, ineficiente e sem estudos. Este é o resumo das opiniões de especialistas ouvidos pelo GLOBO sobre o discurso do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, de alterar a regra de reajuste do salário mínimo. Mesmo sem conhecer a nova proposta do ministro — que não foi apresentada — eles afirmam que a ideia de mudar pontos isolados é equivocada. 

Eles consideram o debate inoportuno por ter um forte impacto político. A aprovação de uma nova regra de reajuste vai requerer um apoio que poucos governo tiveram — alguns lembram que a regra atual demorou quatro anos para passar no Congresso e comparam a dificuldade do tema à reforma tributária. Sem estudos, pois a atual regra não foi avaliada corretamente pelo governo como a legislação previa — o Ministério do Trabalho nunca divulgou parecer sobre o tema. 

Dizem ainda que é uma discussão ineficiente, por ter pouco impacto nas contas públicas em anos de baixo crescimento do PIB (conjunto de bens e serviços produzidos no país). A atual regra prevê reajuste pela inflação do ano anterior mais a variação do PIB de dois anos antes.

Gabriel Leal de Barros, da FGV, diz que a fórmula deveria ser alterada apenas em 2018, porque a atual garante reajuste pequeno em 2016 e 2017, já que o país deve crescer pouco este ano, como já ocorreu em 2014. Uma nova regra, dizem, pode fazer com que o aumento seja ainda maior, zerando a redução de custos esperada pelo governo. O economista explica que, como os resultados do PIB de 2014 e de 2015 devem ser fracos, o reajuste do piso salarial em 2016 e 2017 também deve ser baixo.
— A melhor opção do ponto de vista fiscal é a manutenção da atual regra até 2017.

Além disso, mudar agora pode não trazer ganhos de competitividade por não alterar estruturalmente o mercado de trabalho: — Mais uma vez o governo mostra que se especializa em enxugar gelo — diz Claudio Dedecca, da Unicamp, defensor da regra atual.
 
Para Dedecca, o governo está focado apenas com as contas públicas e não com a retomada do crescimento econômico, diz. Favorável à regra atual, ele lembra que antes de ser ministro, Barbosa sempre defendeu a vinculação entre o mínimo e o salário médio do país:
 
— A regra que ele historicamente defendeu é um equívoco, congela as diferenças salariais e vai contra o tratado da OIT sobre o mínimo, que o Brasil assinou. Mostra até desconhecimento do ministro, que, se não é contra a valorização do mínimo, se mantiver essa proposta, pode criar sua esterilização.
 
José Márcio Camargo (PUC-Rio) e Margarida Gutierrez (Coppead/UFRJ) lembram que o problema do mínimo não é a sua fórmula de reajuste, mas o fato de ser o grande indexador de políticas sociais.

Margarida Gutierrez, professora do Coppead/UFRJ, defende mudanças no reajuste do mínimo, com a adoção de uma regra que considere a inflação mais a produtividade do trabalho. A seu ver, a fórmula de corrigir o salário mínimo pelo PIB de dois anos antes mais INPC é uma distorção, não apenas por não guardar qualquer relação com os ganhos de produtividade da economia, mas também por indexar benefícios previdenciários e sociais, pressionando as contas públicas.
 
— O governo poderia adotar algum indicador de produtividade da mão de obra — sugere.

Por sua vez, Camargo diz que a mudança não precisaria ser feita de forma apressada: como o país quase não cresce, o reajuste do mínimo pela regra atual já seria pequeno. Ele vê o modelo atual insustentável no longo prazo e defende a correção pela expectativa de inflação mais o ganho de produtividade dos trabalhadores menos escolarizados. Mas discorda do governo por mexer em pontos isolados, como na fórmula do reajuste e do seguro-desemprego:

— As medidas até agora visam ao corte de gastos, não é uma reformulação geral, essa é a maneira menos inteligente de mudanças.
 
03 de janeiro de 2015
in coroneLeaks

 

 

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