Estrategistas do PT avaliam que Dilma está blindada, mas admitem que Lava Jato já atinge Lula
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Alvos empresariais da Lava Jato
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O santo nome de Luiz Inácio Lula da Silva só não figurou entre os cotados a prisão no desdobramento da Operação Lava Jato (citado por dois delegados federais de peso) para não desmoralizar, completamente, a figura institucional da Presidência da República.
Brevemente, os escândalos vão atingi-lo diretamente. Provas documentais vindas da Suíça e da Holanda, com aval do Departamento de Justiça dos EUA (que investiga a Petrobras) serão letais para os corruptos. As manifestações deste 15 de novembro, pró-impeachment, vão ganhar impulso.
Tal avaliação foi feita por um grupo de magistrados que acompanha, em Berlim, na Alemanha, os desdobramentos imediatos do cumprimento, desde ontem, dos 85 mandados judiciais de prisão ou coerção temporária e mais 123 ordens de busca e apreensão de documentos em grandes empreiteiras suspeitas de superfaturar margens de lucro em obras e serviços com o governo, principalmente nos contratos com a Petrobras, para distribuir corrupção a políticos, lavando bilhões de dólares no Brasil e no exterior. Foi mais uma ordem judicial do juiz Sérgio Fernando Moro, o Homem de Gelo, da 13a Vara Federal em Curitiba.
Um integrante do governo - que só pode ser esquizofrênico - teve a coragem de comentar por escrito, ontem à tarde, em documento reservado, que "Dilma está blindada".
O mesmo interlocutor alega que Dilma não será prejudicada pelos problemas na Petrobras na gestão do antecessor Luiz Inácio da Silva. Apesar da "blindagem de Dilma", o assessor próximo reconhece que a gestão da estatal durante o período Lula "já está atingida".
A recomendação interna é que Dilma faça um discurso preventivo, elogiando as ações da Polícia Federal e mostrando que ela, na luta contra corrupção, iniciou mudanças na empresa, demitindo diretores.
Outro conselho tático complicadíssimo é que Dilma estabeleça, urgentemente, uma separação entre as administrações na Petrobras no "período Lula" e no "período Dilma". Tal missão é impossível na prática. No governo Lula, quando os problemas ocorreram, Dilma ocupava nada menos que o cargo de "Presidente do Conselho de Administração da Petrobras".
O primeiro governo Dilma acaba mal, sem ter começado direito. O segundo mandato dela já tem riscos concretos de nem acontecer. Nem um malabarismo jurídico no Supremo Tribunal Federal conseguirá evitar, em breve, a desproclamação da República Sindicalista do Brasil. Por ironia, a salvação nacional é costurada a partir da Alemanha, país que nos impôs a vexaminosa goleada de 7 a 1 na Copa do Mundo de 2014...
Um magistrado da força-tarefa "germânica" adverte a seus pares: "A nova etapa da Lava Jato não produzirá somente efeitos bombásticos. Arrastará a republica petista ao maior descrédito e fará com que Dilma fique mais isolada. Estamos no término de um dos mais venais e sacanas governos da república das bananas".
Os futuros acordos de leniência, firmados pelo judiciário com empreiteiras que participaram do esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, tendem a ser fatais para dezenas de importantes figurões políticos beneficiados.
A Lava Jato no Petrolão cumpre o papel saneador que ficou incompleto no Mensalão. Na Ação Penal 470 quem se ferrou, concretamente, foi o rigoroso Joaquim Barbosa - forçado a aposentar a toga por pressões muito além da coluna cervical.
O resultado prático do Mensalão é sinônimo de impunidade, tendo apenas Marcos Valério como grande bode expiatório que continuará por bom tempo na cadeia, em troca de um silêncio que pode ser quebrado a qualquer momento.
Na Lava Jato a coisa fica mais preta e suja que Petrolão na cueca de petralha sofrendo de caganeira. Foi preso ninguém menos que o homem de confiança do reeducando José Dirceu na Petrobras, Renato Duque, o "diretor de serviços" de 2003 a 2012 - só sendo demitido no mesmo ano do "diretor de abastecimento" Paulo Roberto Costa, convertido em "colaborador premiado" do Judiciário e do Ministério Público Federal.
Aposta-se que Duque acabará forçado a aderir à "delação premiada". Acordo parecido (chamado de leniência, quando se refere a pessoas jurídicas) deve valer para diretores de grandes empreiteiras envolvidas nas falcatruas bilionárias.
Em "prisão domiciliar", Dirceu deve estar pt da vida e preocupadíssimo com o que vem por aí... Imagina o amigo Lula, chefão de todos...
O cataclismo político é inevitável. Se Lula for afetado, Dilma fica frágil para cair por tabela. O mercado brasileiro fica desmoralizado perante o resto do mundo, com as maiores empresas (representativas do PIB) tendo seus dirigentes presos por corrupção, mesmo que temporariamente.
Vem aí um inédito e gigantesco acordo de leniência (nunca antes visto na história do Brasil) entre o MPF, Judiciário e empreiteiras.
A moeda de troca das delações dos nomes de político será uma espécie de perdão aos dirigentes das empresas (que acabarão condenadas a pagar multas milionárias, que, somadas, podem chegar a bilhões de reais (ou dólares). Isto só nos processos brasileiros. Sem falar nos que já correm (civis e criminais) nos Estados Unidos.
O juiz Sérgio Fernando Moro, da 13a Vara Federal em Curitiba, tem um papel chave no "saneamento" da Lava Jato. Ele e outros membros do judiciário, do Ministério Público, da Polícia e da Receita Federal, que não aceitam mais o grau degradante da corrupção sistêmica no Brasil, merecem todo apoio individual e popular.
Lugar de ladrão é na cadeia! Lugar de político corrupto é no parlatório da Penitenciária. De preferência, pagando pena e pagando multas, com o patrimônio pessoal ou familiar, pelo que roubou do poder público. Qualquer coisa diferente disto é barbarie e impunidade. Os brasileiros não aguentam mais tanta sacanagem! Chega de Pizza!
A República precisa ser reproclamada com urgência urgentíssima, baseada em princípios verdadeiramente federativos, com democracia, gestão pública de qualidade e transparência absoluta sobre investimentos e despesas com o dinheiro público.
Insônia
Camburão voador para o Overbooking
Do médico Humberto de Luna Freire Filho, uma sugestão irônica para o tráfego de presos da Lava Jato:
"O jatinho da Polícia Federal (PF) não está dando vencimento no recolhimento de tantos bandidos Brasil afora. Está ocorrendo um "over book" diário. Sugiro que se faça imediatamente a aquisição de um Airbus A 380".
Será que o irônico cirurgião está sugerindo que, em breve, o avião presidencial pode virar um camburão-voador...
Advertência
O delegado da Polícia Federal Igor de Paula acredita que a Operação Lava-Jato poderá se estender a outras áreas do governo.
O policial ressalvou que as empreiteiras envolvidas na operação de ontem são apenas parte de um grupo de empreiteiras que prestam serviços ao governo federal, além da Petrobras.
Os grupos investigados na Operação Lava-Jato registraram operações financeiras superiores a R$ 10 bilhões - segundo dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o COAF.
Os grupos investigados na Operação Lava-Jato registraram operações financeiras superiores a R$ 10 bilhões - segundo dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o COAF.
Desculpa técnica...
Alvos empresariais da Lava Jato
A sétima fase da Operação Lava Jato mirou o núcleo das empreiteiras do esquema de corrupção da Petrobras, com prisões e conduções coercitivas de vários executivos das maiores empreiteiras do País:
Erton Medeiros Fonseca - diretor da divisão de engenharia de infraestrutura da Galvão Engenharia - São Paulo
Gerson de Mello Almada - vice-presidente comercial da Engevix - São Paulo
Sérgio Cunha Mendes - vice-presidente executivo da Mendes Júnior - Brasília
Agenor Franklin Magalhães Medeiros - diretor vice-presidente da Área Internacional da OAS - São Paulo
José Ricardo Nogueira Breghirolli - funcionário da OAS - São Paulo
Eduardo Hermelino Leite - vice-presidente da Camargo Corrêa - São Paulo
Prisão temporária decretada:
Fernando Antônio Falcão Soares (Fernando Baiano) - lobista - Rio de Janeiro
Renato de Souza Duque - ex-diretor de Serviços da Petrobras - Rio de Janeiro
Ildefonso Colares Filho - diretor-presidente da Queiroz Galvão - Rio de Janeiro
Othon Zanoide de Moraes Filho - Diretor-geral de desenvolvimento comercial da Queiroz Galvão - Rio de Janeiro
Carlos Alberto da Costa Silva - advogado ligado ao doleiro Alberto Youssef - São Paulo
Walmir Pinheiro Santana - diretor presidente da UTC - São Paulo
Ricardo Ribeiro Pessoa - presidente da UTC - São Paulo
José Adelmário Pinheiro Filho - Presidente da OAS - São Paulo
Adarico Negromonte Filho - irmão do ex-Ministro Mario Negromonte - São Paulo
Jayme Alves de Oliveira Filho - Agente da Polícia Federal do RJ acusado de transportar dinheiro para o esquema
Valdir Lima Carreiro - diretor-presidente da IESA Óleo e Gás- Pinhais (PR)
Otto Garrido Sparenberg - diretor de operações da IESA - Rio de Janeiro
Dalton dos Santos Avancini - Presidente geral da Camargo Corrêa - São Paulo
Newton Prado Júnior - diretor técnico da Engevix - Santos (SP)
Carlos Eduardo Strauch Albero - diretor técnico da Engevix - Osasco (SP)
Ednaldo Alves da Silva - UTC - São Paulo
Alexandre Portela Barbosa - advogado da OAS - São Paulo
Mateus Coutinho de Sá Oliveira - diretor-financeiro da OAS Petróleo e Gás - São Paulo
João Ricardo Auler - presidente do Conselho de Administração da Camargo Correa - São Paulo
Condução coercitiva decretada:
Luiz Roberto Pereira - ex-diretor da Engevix - São Paulo
Marice Correa de Lima - cunhada do tesoureiro do PT João Vaccari Neto - São Paulo
Cristiano Kok - presidente da Engevix - Santana de Parnaíba (SP)
Flávio Sá Motta Pinheiro - Mendes Junior - diretor administrativo e financeiro da Mendes Previdência - Belo Horizonte
Rogério Cunha de Oliveira - diretor da área de óleo e gás da Mendes Junior - Recife
Ângelo Alves Mendes - vice-presidente da Mendes Junior - Belo Horizonte
Fernando Augusto Stremel Andrade - funcionário da OAS - Rio de Janeiro
Pedro Morollo Junior - funcionário da OAS - Jundiaí (SP)
Edmundo Trujillo - diretor do consórcio CNCC - São Paulo
Libera, Ministro Zavascki...
Vamos para a rua!
Mensagem oportuna do grande rubro-negro Claudio Janowitzer sobre a importância das manifestações deste sabadão da Proclamação da República:
"Diante das inquestionáveis e cada vez mais clamorosas evidências da enorme podridão que grassa no governo federal e em entidades a ele ligadas, permanecer no chamado silêncio obsequioso é grave omissão - ainda que seja alegada a suposta atenuante de ser involuntária. Portanto, assim como ocorreu em 1992 quando a opinião pública se manifestou amplamente pelo impeachment do então presidente, é essencial agora deixar de lado a inércia e participar das manifestações pacíficas que terão lugar em 23 cidades do Brasil".
Na capital paulista, ao menos três eventos organizados por diferentes grupos foram marcados nas redes sociais, todos agendados para ocorrer no vão livre do MASP, às 14 horas.
No Rio de Janeiro, uma manifestação contra a corrupção e pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff está marcada para as 14 horas do sábado, com concentração em frente ao hotel Copacabana Palace, o mais famoso da praia de Copacabana, na zona sul.
Fica quem pode...
Vanderlei Luxemburgo confirmou que permanece como técnico do Flamengo em 2015.
Será que a Dilma também consegue garantir que tomará posse e continuará como presidente no ano que vem?
Há quem garanta que a bela Marcela Temer está prontinha para assumir o posto de primeira dama, se a treinadora titular terminar expelida na base do Lava Jato...
Competição pela corrupção
03 de dezembro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
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