As coisas nunca são como parecem. Deve-se desconfiar de tudo. Claro que jamais se duvidará da existência da quadrilha que assaltou a Petrobras, certamente há muito tempo. Da mesma forma, é evidente o anseio nacional de que todos os bandidos devem ser julgados e duramente punidos, desde os diretores e funcionários da estatal até os empreiteiros, sem esquecer os políticos cuja divulgação dos nomes já tarda. Cadeia neles!
No entanto… No entanto, é preciso prospectar mais fundo. Atentar para o que se passa nas camadas ocultas desse escândalo monumental. Uma conspiração está em marcha, engendrada a partir da roubalheira, ou aproveitando-se dela, provavelmente desconhecida da maioria dos patifes que vinham assaltando os cofres públicos. Paranoias à parte, conspiração planejada lá fora, com as mesmas ramificações nacionais de sempre.
Numa palavra, aproveitaram ou até estimularam a crise na maior empresa brasileira, única em condições de assegurar nossa soberania e alavancar nossa transformação em grande potência. O alvo é a Petrobras. Querem desmontá-la. Desconstruí-la. Impedir que possa impulsionar o desenvolvimento aqui nos trópicos.
É possível, mesmo, que algum dos corruptores agora denunciados faça parte desse conluio de objetivos antinacionais, mas contar os bilhões surripiados do nosso patrimônio importa tanto quanto verificar a blitz desenvolvida para enfraquecer e desmoralizar a empresa, limitando seus investimentos e, no final de tudo, para privatizá-la. Entregá-la ao capital internacional, ainda mais depois da descoberta das reservas nas profundezas do pré-sal.
Outra razão maior não existe para levar a Petrobras aos tribunais americanos e europeus. A imprensa internacional cumpre seu papel ao abrir amplos espaços para detalhar a lambança aqui acontecida, mas haverá no seu comportamento aquela intenção oculta de atingir as estruturas da estatal petrolífera. Logo uma campanha monumental estará sendo desencadeada, certamente com a participação de setores da nossa mídia.
Antes mesmo de sua criação a Petrobras vem sofrendo bombardeio permanente, aliás, denunciado por seu criador, Getúlio Vargas, num dos mais importantes documentos da nossa história, a Carta Testamento. Governos brasileiros, de quando em quando, buscam sabotá-la, até com iniciativas histriônicas como a de Fernando Henrique Cardoso, que tentou rebatizá-la.
As duas últimas administrações, sem consciência da importância e da simbologia da empresa, permitiram a abertura de seu flanco ao entregá-la ao PT e penduricalhos. Por certo que Lula e Dilma não formam no clube dos sabotadores, mas permitiram aos ladrões a ocupação da Petrobras. São igualmente culpados, ainda que em grau diferente do sociólogo.
As duas últimas administrações, sem consciência da importância e da simbologia da empresa, permitiram a abertura de seu flanco ao entregá-la ao PT e penduricalhos. Por certo que Lula e Dilma não formam no clube dos sabotadores, mas permitiram aos ladrões a ocupação da Petrobras. São igualmente culpados, ainda que em grau diferente do sociólogo.
Em suma, e repetindo a exortação para que corruptos e corruptores sejam logo postos atrás das grades, é necessário alertar para a conspiração em marcha: o alvo é a Petrobras!
16 de dezembro de 2014
Carlos Chagas é Jornalista. Originalmente publicado no site da Tribuna da Internet.
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