"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O TEMPO JÁ ESTÁ DIZENDO



E Marina Silva foi escolhida mulher do ano de 2014 pelo prestigiado periódico britânico Financial Times. 
 
Na extensa matéria a ela dedicada, foi apresentado um resumo de sua história, desde a infância difícil, passando pela labuta nos seringais, por referências à saúde frágil, pelo fato de somente ter-se alfabetizado aos dezesseis anos e, graças á sua perseverança e crença na força da educação, ter-se graduado em História. 

Também mereceram menção sua associação com Chico Mendes na luta contra a exploração de recursos naturais sem a devida contrapartida ambientalista e os primeiros passos na política, a partir dos quais chegou a assumir cargo parlamentar no Senado, a ser ex-ministra no governo Lula, com o qual se incompatibilizou, e a candidatar-se à presidência da república em duas oportunidades. 

Talvez, no entanto, uma das passagens mais significativas da reportagem foi a afirmação de que seu carisma durante a última e curta campanha para a presidência, consistiu no simples fato de ela realmente acreditar no que dizia, fato raro entre os componentes da classe política do país, com seus inúmeros partidos, que lutam somente por um ideal - o de atingir e manter o poder. 

Não terá dado o povo brasileiro, ao alijá-la da disputa, no calor da luta eleitoral, profundamente controlada pelos marqueteiros, um atestado de incapacidade de enxergar o que um observador externo, mais lúcido, longe das paixões, vislumbrou? 

O tempo dirá, ou melhor, já está dizendo.

16 de dezembro de 2014
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.

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