"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 25 de outubro de 2014

IGNORANTE DO BEM

Delação de doleiro, sobre Lula e Dilma saberem de tudo na Petrobras, abre espaço para impeachment


 
 
Não importa se é verdadeiro ou falso o teor do depoimento do doleiro Alberto Youssef, feito na terça-feira passada e repercutido pela revista Veja, revelando que Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff sabiam de tudo sobre os esquemas de corrupção na Petrobras. Qualquer bebê de colo sabe que nada é decidido de importante na estatal de economia mista sem passar pelo crivo do acionista majoritário, a União, cujo representante máximo é o Presidente da República.
 
O raciocínio é simples e objetivo. Se Dilma realmente não sabia de nada (o que parece improvável), merece ser punida como gestora omissa e ”incompetenta”. Se sabia (o que é mais verossímil), deve ser financeiramente responsabilizada pelos prejuízos à Petrobras. Caso perca seu emprego no domingo, o destino lhe será fatal. Caso vença a reeleição, não terá condições de continuar governando sob suspeita. Dilma já é passível de Impeachment (processo que depende do Congresso). Seu mentor – agora apelidado nas redes sociais de $talinácio ou Luiz Hitler da Silva – também deve acertar as contas com a Justiça.
 
O fato objetivo é que a revelação de Youssef (que rima com Rousseff) fatalmente será usada contra a Presidente em duas etapas. Logo mais à noite, no debate final da Rede Globo, e, com ela vencendo ou ganhando, em processos judiciais no Brasil e nos Estados Unidos. Antes de ser presidenta, Dilma presidiu o Conselho de Administração da Petrobras na época em que as safadezas reveladas pela Operação Lava Jato prosperaram. Investidores internacionais da Petrobras – e autoridades judiciais e fiscalizadoras do mercado de capitais nos EUA – levarão diretores e conselheiros (autuais e passados) da empresa às barras dos tribunais. Condenações podem gerar multas milionárias e até cadeia.
 
Sabiam de tudo
 

Tudo pode acontecer. As pesquisas devem errar novamente – a não ser que a numerologia delas sirva para coincidir com alguma conta de chegada montada na base da fraude eleitoral. Na realidade, o jogo continua aberto. Um fenômeno inesperado, sob a qual as máquinas partidárias não têm controle, pode decidir o segundo turno da eleição presidencial no domingo que vem. Eleitores que votariam em branco ou anulariam o voto, porque não aprovam nenhum dos candidatos, ensaiam uma ação pragmática de protesto: votar em Aécio (na cabeça deles o menos pior) para derrotar a corrupção, a incompetência administrativa e o autoritarismo - características cristalizadas na imagem de Dilma Rousseff. A tal voz rouca das ruas já começa a urrar mais alto contra o PT.
 
Não resta dúvida: a maior obra do desgoverno nazicomunopetralha foi a degradação moral das instituições brasileiras. Estamos próximos da Perda Total. O resultado eleitoral de domingo pode agravar a situação que já é péssima. Dilma não tem mais condições morais de continuar governando. O problema é que o eleitorado, rachado, pode cometer a besteira de reelegê-la. O prejuízo da decisão errada será socializado entre esclarecidos e idiotas. Os canalhas, sempre se locupletando, se divertem.
 
Enfim, o azar está lançado. Se o Brasil tiver sorte, Dilma perde. Do contrário, é só aguardar a tempestade. Depois dela, com certeza, não vem a bonança, mas sim a ambulância...
 
Revelação-Bomba


A reportagem da Veja inviabiliza a governabilidade e tem tudo para comprometer a reeleição de Dilma.

Perguntado sobre o nível de comprometimento de autoridades no esquema de corrupção na Petrobras, o doleiro Youssef teria afirmado:
 
— O Planalto sabia de tudo!
 
Indagado pelo delegado que colhia o depoimento a quem ele se referia, no fato de saber de tudo, Youssef teria respondido, sem poupar nomes:
 
— Lula e Dilma.
 
Sentando na vara


Dilma ainda tem direito a foro privilegiado e só pode ser denunciada pelo Procurador Geral da República.
 
Já Luiz Inácio Lula da Silva não tem foro privilegiado, e tem tudo para acabar enrolado em um dos processos do juiz Sérgio Fernando Moro, conhecido como “o Homem de Gelo”.
 
Lula tem grandes chances de sentar na 13ª Vara Federal de Curitiba como futuro réu, caso o depoimento de Youssef se confirme.
 
Antecedente
 
O doleiro Youssef já tinha citado Lula em depoimento prestado à Justiça Federal no dia 8 deste mês.

Revelou que Lula teve que ceder aos políticos de partidos acusados de participar das fraudes na Petrobras e empossou Paulo Roberto Costa na diretoria de Abastecimento:

"Tenho conhecimento que, para que o Paulo Roberto Costa assumisse o posto, esses agentes trancaram a pauta no Congresso por 90 dias. Na época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou louco e teve de ceder e empossar Paulo Costa na diretoria de Abastecimento".
Youssef também enrolou nos escândalos o tesoureiro petista João Vaccari Neto.
Programa de ricaço
 
Luiz Inácio Lula da Silva vive seus momentos de altos e baixos.
 
Ontem, xingou e detonou Aécio Neves em comício pró-Dilma no calçadão de Alcântara, em São Gonçalo.
 
Mas a noite foi glamourosa, dormindo na suíte “penthouse”, apelido da cobertura luxuosa, de 300 metros quadrados, no sexto andar do Copacabana Palace – um dos hotéis mais luxuosos do mundo.
 
Neste espaço, Lula deve fazer um "treinamento" hoje à noite com Dilma, para o debate desta sexta-feira, na Rede Globo.
 
Pesquisas duvidosas
 
 

25 de outubro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

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