"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 16 de agosto de 2014

CAMPOS, QUESTÕES, DISCUSSÕES

SÃO PAULO - 1) O PIB pernambucano cresceu 4% no primeiro trimestre de 2014, em relação ao último trimestre 2013. No Brasil, só 0,2%.

O número é bom. Mas o que pode ajudar na discussão é que ele foi tracionado pelo investimento, não pelo consumo. O Estado multiplicou por cinco o que investiu de 2007 a 2013, para R$ 3,8 bilhões. Recebeu mais de R$ 20 bilhões do governo federal. E atraiu capital privado, como a Fiat.

2) A indústria em Pernambuco se expandiu 2,8% nos 12 meses acumulados até maio (no país, só 0,2%).

A principal atividade fabril do Estado --a alimentícia-- foi ainda melhor: mais de 10% de março a maio.

O número é bom. Mas o que fica para a discussão é se, em vez de proteger indústrias a esmo, não faz mais sentido priorizar as que atuam onde o Brasil tem vantagens competitivas. Como, por exemplo, a de alimentos.

3) Até o último momento (na entrevista à GloboNews, na noite desta terça), Campos defendeu "mais gestão, mais meritocracia". Na sua passagem pelo governo de Pernambuco, mudou processos sob orientação de especialistas do setor privado. Há quem atribua a isso uma queda nos homicídios no Estado (de até 39%).

Seria certamente um bom número, mas o que vale para a discussão é a filosofia. Precisa-se, desesperadamente, de uma gestão melhor. Em tudo.

4) Para se financiar, a gestão de Campos tomou emprestado de instituições de fomento nacionais e estrangeiras cerca de R$ 8 bilhões. Não é pelo número; o que se deve discutir é o instrumento. Muita gente ainda crê que se endividar, em si, é ruim --preconceito nocivo contra um dos principais combustíveis econômicos.

5) "Seja bem-vindo, querido Miguel. Como disse seu irmão, você chegou na família certa! Agora, todos nós vamos crescer com muito amor, sempre ao seu lado." Foi o que disse Eduardo Campos a seu quinto filho, que nasceu com a síndrome de Down, no começo deste ano. Nada a ver com números. Mas poucas discussões são tão relevantes.

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