Segundo o secretário nacional de Políticas sobre Drogas, Vitore Maximiano, "temos uma pesquisa recente que indicou uma prevalência de 0,8% da população brasileira (1,6 milhão). Estamos falando de quem faz uso regular do crack. Embora essa pesquisa reflita a prevalência das capitais, a nosso ver ela mostra um retrato do País. Em São Paulo, a média de uso estaria dentro da média nacional". O estudo foi feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com pesquisadores da universidade de Princeton, nos Estados Unidos, para a Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad).
Consta que na cidade de São Paulo o número de viciados (perdão, leitor! Viciado é quem fuma cigarros. Quem fuma crack é usuário) é de 350 mil. Os números divergem conforme a fonte. Para o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, articulador da política antidrogas paulista, a quantidade de usuários de crack é maior. "Existe 1 milhão no Brasil – 40% no Estado de São Paulo", afirma.
Segundo pesquisas, o número de usuários (disse-o bem?) de cocaína ainda é maior. Isso sem falar na maconha. Há muito venho me divertindo com os bobalhões que falam em legalizar a droga no Brasil. Se pelo menos uns três, quatro ou cinco milhões de brasileiros – cálculo por baixo – usam crack, cocaína e maconha, com conhecimento das autoridades, a droga há muito está legalizada. Os fatos venceram as boas intenções.
Se é crime, como punir? Há pelo menos 150 mil criminosos julgados e condenados à prisão no país, circulando pelas ruas livres como passarinhos, por falta de vaga em prisões. Onde colocar três milhões? A droga venceu a lei e deu de dez a zero nos legisladores.
O Estadão publicou na semana passada uma série de reportagens que mostra o estrago que vem sendo feito pelo crack em todo país. Droga baratinha, é consumida tanto por miseráveis como pela classe média. A praga grassa por metrópoles e pequenas cidades de todo o país. Nas grandes, formam-se as cracolândias, onde os viciados (perdão, de novo), digo, os usuários, consomem a droga ao ar livre, sob o olhar protetor da polícia. Nas menores, existem quartos para o consumo, à semelhança das casas de ópio do Oriente, pagos inclusive com a própria droga.
Segundo Laranjeira, "o crack está em todos os municípios, isso a gente pode falar". Em sua opinião, o avanço pelo interior segue "um fenômeno nacional" de pulverização do mercado da droga, movido pela melhoria das condições econômicas da população. "A droga segue o dinheiro. No Estado, ocorreu a pulverização dessa rede de distribuição. O tráfico não é só mais na favela.
Não bastasse assolar as cidades, o crack foi para a roça. Diz a reportagem do Estadão:
“Nos canaviais, o problema é antigo e diminuiu significativamente com a substituição do corte manual pela colheita por máquinas. "Caiu mais de 70% a migração de pessoas do Nordeste e do Norte para regiões produtoras de cana de São Paulo", conta o padre Antônio Garcia Peres, da Pastoral do Migrante, que atendeu por 20 anos cortadores de cana na região de Guariba, onde havia muitos casos de crack nas lavouras.
“Mas, nos laranjais e cafezais, produtores e sindicatos ainda têm de lidar com o vício entre os agricultores, principalmente os mais jovens. Já chamada de "criptonita", em referência ao mineral que acaba com a força do Super-Homem, a droga é usada como combustível pelos trabalhadores rurais e também como válvula de escape, depois de extenuantes jornadas. Muitos alojamentos de trabalhadores que migram para passar seis meses no Sudeste e conseguir um pouco de dinheiro acabam virando casas de consumo. "A gente tem trabalhador da colheita de laranja e temporário da colheita do café. Gente que vem de fora, como ocorre muito em Gália e Fernão, e acaba se envolvendo com o crack, não no ambiente de trabalho, mas no local onde dorme e passa o fim de semana", afirma o coordenador do Caps AD de Garça, José Roberto Ottoboni”.
Na capital, os usuários (ah! agora finalmente acertei!) gozam de mordomias. Para estimular o uso da pedrinha, o prefeito Fernando Haddad, do PT, ofereceu trabalho, salário, hotel e comida de graça aos nóias, digo, usuários. O resultado foi um pouco contraproducente: o preço da pedra subiu em flecha.
Mês passado, para não perturbar o consumo público da droga, Haddad decidiu colocar um "cercadinho" na região da Cracolândia, no centro de São Paulo.
"Nós organizamos o território para que não haja obstrução. As pessoas têm o direito de transitar. Às vezes quando você toma uma medida causa uma reação até as pessoas compreenderem", disse o prefeito, que apontou ser uma medida que depende de um "pacto" com as pessoas que frequentam a área.
Um cercado de metal foi erguido na esquina da alameda Cleveland e da rua Helvetia. A idéia, segundo o prefeito, era organizar o fluxo de pessoas que passam por ali, pois moradores têm reclamado da presença dos usuários obstruindo as ruas, principalmente a alameda Dino Bueno.
Na Alemanha, os bares delimitam uma área nas calçadas para seus clientes, chamada Biergarten. Ou seja, jardim da cerveja. São Paulo, a pioneira – non ducor, duco – criou, para exemplo das nações, os crackgarten.
Consta que na cidade de São Paulo o número de viciados (perdão, leitor! Viciado é quem fuma cigarros. Quem fuma crack é usuário) é de 350 mil. Os números divergem conforme a fonte. Para o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, articulador da política antidrogas paulista, a quantidade de usuários de crack é maior. "Existe 1 milhão no Brasil – 40% no Estado de São Paulo", afirma.
Segundo pesquisas, o número de usuários (disse-o bem?) de cocaína ainda é maior. Isso sem falar na maconha. Há muito venho me divertindo com os bobalhões que falam em legalizar a droga no Brasil. Se pelo menos uns três, quatro ou cinco milhões de brasileiros – cálculo por baixo – usam crack, cocaína e maconha, com conhecimento das autoridades, a droga há muito está legalizada. Os fatos venceram as boas intenções.
Se é crime, como punir? Há pelo menos 150 mil criminosos julgados e condenados à prisão no país, circulando pelas ruas livres como passarinhos, por falta de vaga em prisões. Onde colocar três milhões? A droga venceu a lei e deu de dez a zero nos legisladores.
O Estadão publicou na semana passada uma série de reportagens que mostra o estrago que vem sendo feito pelo crack em todo país. Droga baratinha, é consumida tanto por miseráveis como pela classe média. A praga grassa por metrópoles e pequenas cidades de todo o país. Nas grandes, formam-se as cracolândias, onde os viciados (perdão, de novo), digo, os usuários, consomem a droga ao ar livre, sob o olhar protetor da polícia. Nas menores, existem quartos para o consumo, à semelhança das casas de ópio do Oriente, pagos inclusive com a própria droga.
Segundo Laranjeira, "o crack está em todos os municípios, isso a gente pode falar". Em sua opinião, o avanço pelo interior segue "um fenômeno nacional" de pulverização do mercado da droga, movido pela melhoria das condições econômicas da população. "A droga segue o dinheiro. No Estado, ocorreu a pulverização dessa rede de distribuição. O tráfico não é só mais na favela.
Não bastasse assolar as cidades, o crack foi para a roça. Diz a reportagem do Estadão:
“Nos canaviais, o problema é antigo e diminuiu significativamente com a substituição do corte manual pela colheita por máquinas. "Caiu mais de 70% a migração de pessoas do Nordeste e do Norte para regiões produtoras de cana de São Paulo", conta o padre Antônio Garcia Peres, da Pastoral do Migrante, que atendeu por 20 anos cortadores de cana na região de Guariba, onde havia muitos casos de crack nas lavouras.
“Mas, nos laranjais e cafezais, produtores e sindicatos ainda têm de lidar com o vício entre os agricultores, principalmente os mais jovens. Já chamada de "criptonita", em referência ao mineral que acaba com a força do Super-Homem, a droga é usada como combustível pelos trabalhadores rurais e também como válvula de escape, depois de extenuantes jornadas. Muitos alojamentos de trabalhadores que migram para passar seis meses no Sudeste e conseguir um pouco de dinheiro acabam virando casas de consumo. "A gente tem trabalhador da colheita de laranja e temporário da colheita do café. Gente que vem de fora, como ocorre muito em Gália e Fernão, e acaba se envolvendo com o crack, não no ambiente de trabalho, mas no local onde dorme e passa o fim de semana", afirma o coordenador do Caps AD de Garça, José Roberto Ottoboni”.
Na capital, os usuários (ah! agora finalmente acertei!) gozam de mordomias. Para estimular o uso da pedrinha, o prefeito Fernando Haddad, do PT, ofereceu trabalho, salário, hotel e comida de graça aos nóias, digo, usuários. O resultado foi um pouco contraproducente: o preço da pedra subiu em flecha.
Mês passado, para não perturbar o consumo público da droga, Haddad decidiu colocar um "cercadinho" na região da Cracolândia, no centro de São Paulo.
"Nós organizamos o território para que não haja obstrução. As pessoas têm o direito de transitar. Às vezes quando você toma uma medida causa uma reação até as pessoas compreenderem", disse o prefeito, que apontou ser uma medida que depende de um "pacto" com as pessoas que frequentam a área.
Um cercado de metal foi erguido na esquina da alameda Cleveland e da rua Helvetia. A idéia, segundo o prefeito, era organizar o fluxo de pessoas que passam por ali, pois moradores têm reclamado da presença dos usuários obstruindo as ruas, principalmente a alameda Dino Bueno.
Na Alemanha, os bares delimitam uma área nas calçadas para seus clientes, chamada Biergarten. Ou seja, jardim da cerveja. São Paulo, a pioneira – non ducor, duco – criou, para exemplo das nações, os crackgarten.
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