Para juiz, Paulo Octávio foi preso porque seguiria na ‘seara criminal’ e acreditava na impunidade
No despacho que determinou a prisão do ex-vice-governador do Distrito Federal Paulo Octávio (PP), o juiz da 2ª Vara Criminal de Taguatinga, Wagno de Souza, disse que o envio do político à cadeia era a única forma de desestimulá-lo a continuar na “seara criminosa”.
Segundo o magistrado, Octávio acreditava na “impunidade da repressão Estatal” e descumpria ordens judiciais afrontando “a tudo e a todos” para “atingir seus objetivos empresariais”. A prisão de Octávio se deu no bojo da operação Átrio da Polícia Civil de Brasília. Ela investigou uma organização criminosa, da qual o político supostamente faz parte, voltada para a liberação ilegal de alvarás para empreendimentos.
Para o Ministério Público, além de ter usado o esquema para obter alvarás de seus empreendimentos, entre eles um shopping center, Octávio ainda teria atrapalhado as investigações ao pedir para que o então administrador de Taguatinga Carlos Jales não entregasse documentos a uma promotora de Justiça.
“BRECAR UMA PROMOTORA”
Em gravações telefônicas autorizadas pela Justiça, Jales pergunta a Octávio como faria para “brecar uma promotora”. Octávio, por sua vez, responde: “Você não entrega [os documentos], ué”. “Todos esses fatos evidenciam que em liberdade o representado encontrará estímulos para continuar na seara criminosa, uma vez que a atuação Estatal, até o momento, não se mostrou suficiente para lhe impor um freio inibitório. Certamente ele acredita na impunidade da repressão Estatal”, diz o juiz em trecho da decisão.
O juiz ainda destacou que Octávio teria orientado “seus subalternos” a mentirem sobre seu paradeiro, dizendo que ele estava em “viagem e sem previsão de retorno”, para evitar que oficiais de Justiça o encontrassem.
Outro ponto destacado pelo magistrado foi o fato de Octávio, mesmo após ter sido levado coercitivamente a depor sobre os supostos crimes, em novembro passado, manteve a data de inauguração de seu shopping e foi flagrado em diálogo dizendo que só “só a força policial” poderia impedi-lo de inaugurar o empreendimento.
DESPREZO PELA LEI
“Os documentos carreados nos autos apontam no sentido de que ele [Octávio] despreza o ordenamento jurídico e o convívio social harmônico (…) a segregação cautelar se mostra indispensável, sobre tudo para assegurar a tranquilidade social e resguardar a credibilidade da Justiça”, diz trecho da decisão.
No mesmo despacho, o magistrado considerou que não seria necessária a determinação de prisão preventiva do ex-administrador de Taguatinga Carlos Jales, uma vez que ele já não estava mais ocupando a função pública. Determinou, contudo, que Jales e outros investigados se apresentem à Justiça uma vez por mês sob risco de detenção no caso de não comparecimento.
ESTRELA DO PP
A advogada Roberta Castro, que faz a defesa de Octávio, negou os crimes e disse à reportagem que o ex-vice-governador já se manifestou em juízo sobre todos os fatos. Por isso, não há justificativas para uma prisão preventiva. “A prisão foi mal fundamentada e está equivocada. Não há menção a crime no diálogo [com Jales sobre a entrega de documentos à promotora]. Vamos aditar o habeas corpus e rebater cada ponto”, disse.
Apesar de preso, Octávio estrelou programas de TV do PP nesta terça-feira (3). As inserções foram ao ar em Brasília em horários próximos aos dos telejornais que comentavam sua prisão.
05 de junho de 2014
Deu no site BemParaná
No despacho que determinou a prisão do ex-vice-governador do Distrito Federal Paulo Octávio (PP), o juiz da 2ª Vara Criminal de Taguatinga, Wagno de Souza, disse que o envio do político à cadeia era a única forma de desestimulá-lo a continuar na “seara criminosa”.
Segundo o magistrado, Octávio acreditava na “impunidade da repressão Estatal” e descumpria ordens judiciais afrontando “a tudo e a todos” para “atingir seus objetivos empresariais”. A prisão de Octávio se deu no bojo da operação Átrio da Polícia Civil de Brasília. Ela investigou uma organização criminosa, da qual o político supostamente faz parte, voltada para a liberação ilegal de alvarás para empreendimentos.
Para o Ministério Público, além de ter usado o esquema para obter alvarás de seus empreendimentos, entre eles um shopping center, Octávio ainda teria atrapalhado as investigações ao pedir para que o então administrador de Taguatinga Carlos Jales não entregasse documentos a uma promotora de Justiça.
“BRECAR UMA PROMOTORA”
Em gravações telefônicas autorizadas pela Justiça, Jales pergunta a Octávio como faria para “brecar uma promotora”. Octávio, por sua vez, responde: “Você não entrega [os documentos], ué”. “Todos esses fatos evidenciam que em liberdade o representado encontrará estímulos para continuar na seara criminosa, uma vez que a atuação Estatal, até o momento, não se mostrou suficiente para lhe impor um freio inibitório. Certamente ele acredita na impunidade da repressão Estatal”, diz o juiz em trecho da decisão.
O juiz ainda destacou que Octávio teria orientado “seus subalternos” a mentirem sobre seu paradeiro, dizendo que ele estava em “viagem e sem previsão de retorno”, para evitar que oficiais de Justiça o encontrassem.
Outro ponto destacado pelo magistrado foi o fato de Octávio, mesmo após ter sido levado coercitivamente a depor sobre os supostos crimes, em novembro passado, manteve a data de inauguração de seu shopping e foi flagrado em diálogo dizendo que só “só a força policial” poderia impedi-lo de inaugurar o empreendimento.
DESPREZO PELA LEI
“Os documentos carreados nos autos apontam no sentido de que ele [Octávio] despreza o ordenamento jurídico e o convívio social harmônico (…) a segregação cautelar se mostra indispensável, sobre tudo para assegurar a tranquilidade social e resguardar a credibilidade da Justiça”, diz trecho da decisão.
No mesmo despacho, o magistrado considerou que não seria necessária a determinação de prisão preventiva do ex-administrador de Taguatinga Carlos Jales, uma vez que ele já não estava mais ocupando a função pública. Determinou, contudo, que Jales e outros investigados se apresentem à Justiça uma vez por mês sob risco de detenção no caso de não comparecimento.
ESTRELA DO PP
A advogada Roberta Castro, que faz a defesa de Octávio, negou os crimes e disse à reportagem que o ex-vice-governador já se manifestou em juízo sobre todos os fatos. Por isso, não há justificativas para uma prisão preventiva. “A prisão foi mal fundamentada e está equivocada. Não há menção a crime no diálogo [com Jales sobre a entrega de documentos à promotora]. Vamos aditar o habeas corpus e rebater cada ponto”, disse.
Apesar de preso, Octávio estrelou programas de TV do PP nesta terça-feira (3). As inserções foram ao ar em Brasília em horários próximos aos dos telejornais que comentavam sua prisão.
05 de junho de 2014
Deu no site BemParaná
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