Continua dando o que falar a ausência da presidente Dilma, no fim de semana, na convenção do PT paulista que formalizou a candidatura de Alexandre Padilha a governador de São Paulo. Fica difícil aceitar o argumento de que ela deixou de comparecer para não ofender Paulo Skaf, no mesmo período sagrado em convenção do PMDB. O ex-presidente da Fiesp já havia recusado o apoio dos companheiros e da própria Dilma.
Também parece impossível aceitar a alegação de que a presidente não foi a São Paulo por encontrar-se gripada. Nada que uma aspirina não resolvesse, ainda mais porque na mesma noite recebeu para demorado jantar a primeira-ministra da Alemanha.
Sobra então a explicação de que Dilma pulou fora tendo em vista a ridícula performance de seu ex-ministro da Saúde nas pesquisas, mais o envolvimento dele com o já quase ex-deputado André Vargas e o doleiro Youssef.
De qualquer forma, o Lula foi e não gostou de a sucessora não ter ido. O ex-presidente ainda confia numa reversão das expectativas, imaginando que o candidato ganhará músculos quando do início da propaganda eleitoral gratuita pelo rádio e a televisão.
Há um derradeiro raciocínio a justificar a ausência presidencial: havia sido combinado que o Lula compareceria junto com ela na inauguração da copa do mundo, no Itaquerão. Sua presença, imaginava-se, diminuiria o ritmo das vaias já previstas para Dilma, em especial se aparecessem juntos.
Só que o Lula faltou, mesmo estando a poucos quarteirões do estádio que ainda por cima leva o nome de sua paixão: Arena-Corinthians. Por conta disso é que a presidente teria dado o troco, ficando em Brasília.
Só que o Lula faltou, mesmo estando a poucos quarteirões do estádio que ainda por cima leva o nome de sua paixão: Arena-Corinthians. Por conta disso é que a presidente teria dado o troco, ficando em Brasília.
Tanto faz o motivo, pois a verdade é que as relações entre o criador e a criatura não andam bem. Lula, pela milésima vez, repetiu que a candidata é a Dilma e que estará com ela para o que der e vier, ou seja, ganhar ou perder. O problema é que se continuar caindo nas pesquisas, como atualmente, logo crescerá o coro já razoável de petistas empenhados no “volta Lula”. E como o primeiro-companheiro sempre ressalva, hipóteses não podem ser rejeitadas.
ACUSAÇÃO REQUENTADA
É requentada essa história de que as oposições, as elites e a imprensa dedicam ódio ao PT. O ex-presidente Lula voltou a se manifestar assim, na esperança de unir o companheiros em torno de inimigos comuns, injetando-lhes novo ânimo para inflar o balão de Alexandre Padilha. Está tentando reviver o episódio de Fernando Haddad na disputa pela prefeitura de São Paulo.
Só que agora é diferente, menos pela vantagem do governador Geraldo Alckmin, mais pela fragilidade do candidato petista. O que não dá é aceitar a acusação de que o ódio domina o processo eleitoral. As oposições preocupam-se mais em melhorar a performance de seus candidatos do que em denegrir o adversário.
As elites, poucos duvidam, tem sido as maiores beneficiadas da política desenvolvida pelo PT desde a posse do Lula. E a imprensa, convenhamos, apenas reflete os fatos, mesmo podendo omiti-los ou multiplicá-los, de acordo com o interesse de seus controladores.
As elites, poucos duvidam, tem sido as maiores beneficiadas da política desenvolvida pelo PT desde a posse do Lula. E a imprensa, convenhamos, apenas reflete os fatos, mesmo podendo omiti-los ou multiplicá-los, de acordo com o interesse de seus controladores.
18 de junho de 2014
Carlos Chagas
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