"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 30 de junho de 2014

A OUTRA CURVA



 
Já são tantos os pontos fora da curva  que eles já estão a formar uma outra curva, diferente da que era considerada normal  pela sociedade consciente e responsável. 

Esta outra possui ordenadas que atingem valores até então nunca vistos. 

Alguns deles: 

Os ares de urgência pontual, operacionalizada por membros recentes do plenário do STF, com o objetivo de atender demandas de condenados e presos do mensalão, apressados, que desejam trabalhar enquanto presos, quando há tantas questões urgentes que se avolumam nas gavetas e terminais digitais da justiça, sem pressa para serem resolvidas. 

O baixo nível das barganhas políticas levadas a efeito pelo governo, ao negociar com partidos nanicos  visando à apropriação de mais alguns minutos de televisão como parte da campanha eleitoral, que se anuncia desleal, objetivando a permanência da atual equipe ou seus prepostos à frente dos destinos do país, numa espécie de continuísmo viciado.

Uma inflação contida artificialmente, arquitetada para se manter falsamente baixa até as próximas eleições. 

A atuação, como até hoje não se viu igual em qualquer outro país,  de um presidente virtual, fora do cargo, que, dos bastidores, desfia responsabilidades alheias, por problemas iniciados e fertilizados durante seus mandatos, além de alimentar uma cisão entre a classes sociais, projeto do qual na verdade nunca se afastou desde que assumiu o poder. 

A manifestação do atual chefe de estado real que, quando exposto em local público se depara com um repúdio cuja causa real não confessa, mas que atribui  à ação de uma absurda elite branca, em discursos cujas retóricas são inconsistentes. 

Estes são alguns, mas não todos, os pontos que formam a nova curva, cuja tendência, e muito menos a convergência, se houver, ninguém poderá prever.  

30 de junho de 2014
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário