O site internet do Christian Science Monitor, de Boston, publica um artigo bastante didático intitulado How Brazil’s oil boom went bust ― Como o boom petrolífero do Brasil enguiçou.
Segundo a matéria, a produção brasileira de petróleo ― insignificante nos anos oitenta ― cresceu continuamente durante trinta anos até atingir 2.7 milhões de barris por dia em 2010.
Nos primeiros anos deste século, com a descoberta de imensas reservas na camada pré-sal, tudo indicava que a extração cresceria vertiginosamente e que o país se encaminhava para destino inexorável de superpotência petroleira.
Lá por 2010, no entanto, algo aconteceu. Estes últimos quatro anos, a extração estagnou. A produção de 2013 foi a mesma de três anos antes. Qual a razão?
O Christian Science atribui o desempenho pífio da Petrobras à má gestão da companhia. Menciona os escândalos, a lavagem de dinheiro, as propinas, a prisão de um diretor. Ah, esse mundo moderno onde tudo se sabe…
Depois de considerações técnicas e financeiras, o jornal cita uma fala em que a presidente de nossa República deixou claro que enxerga o país como uma grande Venezuela: «A Petrobras é maior que nós todos. Ela é tão grande quanto o Brasil».
O artigo termina vaticinando: «O destino [de Dilma Rousseff], tanto quanto o do país, depende do desempenho da maior companhia do Brasil».
Poderiam também ter dito que a Petrobras é a cara do Brasil: os males que afligem a gigantesca companhia são os mesmos que atormentam o País.
É sabido que as mesmas causas costumam engendrar os mesmos efeitos. A Petrobras andou pra trás, perdeu credibilidade e valor de mercado. Quanto ao País…
09 de maio de 2014
José Horta Manzano
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