Com o desenrolar da Operação Lava Jato, alguns dos principais beneficiários do esquema de cobrança de propina a fornecedoras da Petrobras começam a aparecer.
Em reportagem especial da revista Veja desta semana, o deputado federal Luiz Argôlo (Solidariedade-BA), aparece como suposto receptor dos repasses, inclusive usando seu apartamento funcional, de propriedade da Câmara dos Deputados como ponto de recebimento de propina “delivery”.
Tratado apenas como “LA” durante a troca de mensagens, o parlamentar baiano indicou seu endereço em Brasília para receber (Bloco H, 302 Norte) parte do dinheiro e também apontou uma conta de banco em nome de seu chefe de gabinete, o Vanilton Bezerra. O deputado nega as acusações e sugere que tudo não passa de uma incrível coincidência.
E põe incrível nisso: em mais uma série de mensagens trocadas com o doleiro, o tal “LA” aponta alguns pagamentos para serem feitos pelo doleiro. Um se trata de um depósito de R$ 13,5 mil a uma loja de decoração em Salvador e outro de um repasse de R$ 40 mil a uma agropecuária em Entre Rios (BA), cidade onde o deputado reside. Há também um pedido de compra de R$ 50 mil para cadeiras de roda e óculos na cidade de Alagoinhas (BA), reduto eleitoral do deputado. A investigação ainda aponta que "LA" teria uma conta-corrente clandestina em associação a Youssef.
Até 2013, Luiz Argôlo era deputado pelo PP, partido apontado como um dos principais beneficiários do esquema do doleiro. Muito ligado a Mário Negromonte outro deputado progressista envolvido com as irregularidades, eles eram parte da tropa de choque da legenda que mantinha o ex-diretor Paulo Roberto Costa na Petrobras e garantiam a contratação das empresas que pagavam propina. Com as novas denúncias, se espera que novos políticos apareçam como participantes desse novo escândalo do governo federal que só faz crescer.
22 de abril de 2014
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