Miguel Rossetto e Dilma Rousseff
A Polícia Federal investiga por que o nome e o telefone do ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) estão numa agenda do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, indiciado sob suspeita de integrar esquema de lavagem de dinheiro comandado por doleiros. A agenda, com anotações referentes a 2012 e 2013, foi apreendida na Operação Lava Jato, deflagrada em março para apurar movimentação suspeita de R$ 10 bilhões.
A PF verifica eventuais ligações dos nomes e empresas citadas com o esquema investigado. Num segundo momento, os agentes pretendem averiguar se as pessoas citadas participaram ou não de irregularidades. O nome de Miguel Rossetto está grafado com apenas um "t". Abaixo dele, há dois números de telefones. Um deles é o da Petrobras Biocombustível, subsidiária da estatal que Rossetto comandava até o mês passado, quando foi convidado por Dilma Rousseff para reassumir o Desenvolvimento Agrário.
A agenda apreendida contém ainda nomes de empresários, diretores e presidentes de firmas ligadas à Petrobras e siglas e iniciais que a PF acredita serem de políticos, alguns do PP. Todos os citados --inclusive o ministro-- negam qualquer relação com os negócios do ex-diretor da Petrobras colocados sob suspeita pela PF.
O ministro diz desconhecer por que o nome e o telefone dele estão na agenda de Costa. "Minha relação com ele era de trabalho quando ele era do conselho [de administração da subsidiária]. Não sei porque ele anotou isso", disse, via assessoria.
Em dezembro do ano passado, Rossetto esteve no Congresso para explicar a compra de duas usinas pela subsidiária da Petrobras por R$ 255 milhões. À época, negou qualquer irregularidade e disse que as compras tinham o respaldo de pareceres técnicos.
(Folha de São Paulo)
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