"É zero a chance de Marina não ser candidata a vice de Eduardo"
Beto Albuquerque, lider do PSB na Câmara dos Deputados
"Então temos um acordo?", perguntou Eduardo Campos, governador de Pernambuco, a Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente, com quem conversava há mais de cinco horas em um apartamento do Setor Sudoeste, em Brasília. Era uma tarde de sexta-feira, dia 5 de outubro último. A Justiça Eleitoral negara registro à Rede, partido que Marina tentara criar. A pergunta de Eduardo ficou sem uma resposta direta. Marina e FH, dois vices inimagináveis até outro dia. E Lula de vice de Dilma, que tal? Absurdo? Mera especulação? Ou você pensa que o PT seria capaz de ir para a forca sem oferecer resistência? O movimento pela volta de Lula só faz crescer dentro do PT e dos partidos que apoiam o governo. Lula candidato a presidente passaria a impressão de que Dilma não fizera um bom governo. Lula candidato a vice, não.
FOI A VEZ de Marina perguntar: "E se Lula for candidato? Você manterá sua candidatura?". Campos respondeu que manteria. Estava à vontade para responder assim a Marina porque consultara Lula em São Paulo antes de decidir ser candidato pelo PSB à vaga da presidente Dilma Rousseff: "O senhor será candidato?". Lula respondeu: "Não". Campos, então, disse: "Eu serei". Lula tentou demovê-lo. Em vão.
MARINA DEU por fechado o acordo com Campos. No dia seguinte, o acordo tornou-se público durante uma entrevista coletiva concedida pelos dois. Marina e sua turma se filiaram ao PSB. Campos comprometeu- se por escrito a defender durante a campanha eleitoral os principais pontos do ideário da Rede.
Quanto a Marina sair de vice dele... "Se isso for importante", condicionou Marina. "É, sim", retrucou Campos.
O ANÚNCIO DE que Marina será candidata a vice está por semanas. Enquanto isso, ela e Campos afinam os discursos. "O governo Dilma é a denúncia mais contundente do fracasso do atual sistema político brasileiro", analisa Marina. "É um governo não de programas, mas de elementos de força e favor. Não corresponde ao interesse de governo e de país".
Campos traduz: "O Brasil não aguenta mais quatro anos de Dilma".
ESTA PODERÁ vir a ser a eleição dos vices. Aquela onde o peso deles valerá tanto ou mais do que o peso dos candidatos a presidente. Na revista "Época" desta semana, o repórter Diego Escosteguy revela que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso talvez seja candidato a vice na chapa de Aécio Neves.
FH de vice era um sonho alimentado por Aécio, apenas um sonho. Deixou de ser.
FH AUTORIZOU o PSDB a testar seu nome por meio de pesquisas que começaram a ser aplicadas em São Paulo, no Ceará e no Rio Grande do Sul. São Paulo é o maior colégio eleitoral do país. Se ali FH ajudar Aécio a derrotar Dilma com larga vantagem, tudo indica que o desfecho da eleição ficará para o segundo turno.
E que Aécio terá lugar nele catapultado principalmente pelos votos de São Paulo e de Minas Gerais.
AÉCIO AVANÇA Está por dias o anúncio de que Geddel Vieira Lima (PMDB) será candidato ao governo da Bahia com o apoio do DEM de ACM Neto, prefeito de Salvador.
No momento, ACM tenta convencer o ex-governador Paulo Souto a ser candidato a vice na chapa de Geddel. Souto resiste. De longe, Aécio Neves comemora. O palanque de Geddel será o dele para presidente da República. O palanque de Aécio no Rio Grande do Sul deverá ser o do ex-prefeito de Caxias do Sul, José Ivo Sartori, candidato ao governo pelo PMDB. É, pelo menos, o que Aécio deseja.
FOI A VEZ de Marina perguntar: "E se Lula for candidato? Você manterá sua candidatura?". Campos respondeu que manteria. Estava à vontade para responder assim a Marina porque consultara Lula em São Paulo antes de decidir ser candidato pelo PSB à vaga da presidente Dilma Rousseff: "O senhor será candidato?". Lula respondeu: "Não". Campos, então, disse: "Eu serei". Lula tentou demovê-lo. Em vão.
MARINA DEU por fechado o acordo com Campos. No dia seguinte, o acordo tornou-se público durante uma entrevista coletiva concedida pelos dois. Marina e sua turma se filiaram ao PSB. Campos comprometeu- se por escrito a defender durante a campanha eleitoral os principais pontos do ideário da Rede.
Quanto a Marina sair de vice dele... "Se isso for importante", condicionou Marina. "É, sim", retrucou Campos.
O ANÚNCIO DE que Marina será candidata a vice está por semanas. Enquanto isso, ela e Campos afinam os discursos. "O governo Dilma é a denúncia mais contundente do fracasso do atual sistema político brasileiro", analisa Marina. "É um governo não de programas, mas de elementos de força e favor. Não corresponde ao interesse de governo e de país".
Campos traduz: "O Brasil não aguenta mais quatro anos de Dilma".
ESTA PODERÁ vir a ser a eleição dos vices. Aquela onde o peso deles valerá tanto ou mais do que o peso dos candidatos a presidente. Na revista "Época" desta semana, o repórter Diego Escosteguy revela que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso talvez seja candidato a vice na chapa de Aécio Neves.
FH de vice era um sonho alimentado por Aécio, apenas um sonho. Deixou de ser.
FH AUTORIZOU o PSDB a testar seu nome por meio de pesquisas que começaram a ser aplicadas em São Paulo, no Ceará e no Rio Grande do Sul. São Paulo é o maior colégio eleitoral do país. Se ali FH ajudar Aécio a derrotar Dilma com larga vantagem, tudo indica que o desfecho da eleição ficará para o segundo turno.
E que Aécio terá lugar nele catapultado principalmente pelos votos de São Paulo e de Minas Gerais.
AÉCIO AVANÇA Está por dias o anúncio de que Geddel Vieira Lima (PMDB) será candidato ao governo da Bahia com o apoio do DEM de ACM Neto, prefeito de Salvador.
No momento, ACM tenta convencer o ex-governador Paulo Souto a ser candidato a vice na chapa de Geddel. Souto resiste. De longe, Aécio Neves comemora. O palanque de Geddel será o dele para presidente da República. O palanque de Aécio no Rio Grande do Sul deverá ser o do ex-prefeito de Caxias do Sul, José Ivo Sartori, candidato ao governo pelo PMDB. É, pelo menos, o que Aécio deseja.
17 de março de 2014
Ricardo Noblat, O Globo
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