Faltando mais de um ano para a disputa eleitoral, a Presidente Dilma, ao antecipar a campanha pelas redes sociais, numa espécie de convescote cibernético com seu alter ego no twiter, qualificou de mal informado o periódico "The Economist", quando este, em recente matéria, faz uma comparação entre a economia do Brasil de hoje com a de quatro anos atrás.
Eis alguns dos pontos abordados na reportagem da revista inglesa:
-o crescimento de 0,9% em 2012, contra os 7,5% em 2008;
-o absurdo da carga tributária que desestimula os investidores;
-os enormes gastos governamentais, apesar do atendimento precário dos serviços públicos básicos de transporte, educação, saúde e segurança, ao mesmo tempo exaurindo os contribuintes;
-os 1.5% do PIB aplicados em infraestrutura contra a média global de 3.8%, com a consequente deterioração do sistema, o que tira a competitividade da produção, citando o exemplo do estado do Mato Grosso do Sul, onde um plantador de soja gasta 25% do seu produto para levá-lo ao porto, comparado com um de Iowa, que despende 9%;
-as altíssimas as tarifas de importação, com obstrucionismos alfandegários paquidérmicos;
-o esconderijo improdutivo do Mercosul, sem a iniciativa de procurar redes e acordos mais dinâmicos e vantajosos de comércio internacional;
-a interferência governamental na atuação do Banco Central, determinando a queda artificial de juros, obrigando-o posteriormente a inverter a tendência, face à inflação persistente;
-o aumento preocupante da dívida pública;
-a exagerada intrusão oficial nos projetos de privatização, afastando os possíveis investidores;
-a pouca disposição para realizar as reformas que o país necessita desesperadamente, entre as quais a da previdência e principalmente a política, sem a qual país se vê obrigado a conviver com 32 partidos, sem o menos significado conceitual e a manter um ministério com incríveis 39 pastas para satisfazer as teias eleitorais de manutenção do poder.
Com este quadro esquemático, acrescido do fato de que nossa mais importante empresa pública, a Petrobrás, detentora de valioso patrimônio tecnológico e de recursos humanos, está em situação de penúria, em virtude de execução de projetos equivocados e irresponsáveis originários do poder central, com o objetivos políticos explícitos, é lícito questionar se o periódico inglês está mal informado ou se é a Presidente que está usando uma linguagem fugaz e enganadora, bem do tipo bolivariana, que garanta sua reeleição.
30 de setembro de 2013
Paulo Roberto Gotaç é Capitão-de-Mar-e-Guerra, Reformado.
Paulo Roberto Gotaç é Capitão-de-Mar-e-Guerra, Reformado.
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