No bate-boca mostrado ao vivo e a cores entre os Ministros Marco Aurélio Mello e Luis Roberto Barroso durante a última sessão do STF sobre o processo do mensalão, este saiu-se com a seguinte afirmativa solene: "Eu cumpro o meu dever. Se a decisão for contra a opinião pública é porque este é o papel de uma Corte constitucional".
Fica difícil aceitar, além da postura arrogante do Ministro Barroso, a correlação entre contrariar a opinião pública, que implora por um desfecho deste circo dos horrores no qual se transformou o julgamento e a finalidade da Corte.
Embora seja esperado que a decisão de um juiz não deva ser influenciada por pressões manifestadas pela imprensa, não se entende como deva deixar ele de considerá-las, uma vez que os togados, embora, às vezes, deem a impressão de atuarem numa torre de marfim, também fazem parte da sociedade e em nome dela trabalham.
Faz lembrar o grande Albert Einstein quando, em 1916, embevecido pela beleza e perfeição da sua recém-concluída teoria da Relatividade Geral, ainda, à época, sem dispor de verificação experimental, o definitivo critério que a poderia consagrar, foi indagado sobre a possibilidade dos fatos da natureza não concordarem com as conclusões teóricas. Respondeu : "pior para os fatos".
14 de setembro de 2013
Paulo Roberto Gotaç é Capitão-de-Mar-e-Guerra, reformado.
Paulo Roberto Gotaç é Capitão-de-Mar-e-Guerra, reformado.
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