O PT, quem diria, está fraco, envelhecido, debilitado aos 40 anos.
Para um partido que desejou reinar para sempre, que se denominou o maior da esquerda latino-americana, que se pretendeu hegemônico, tal desgaste está deixando seus dirigentes e seu dono, Lula da Silva, atônitos, desesperados para regatar o poder que lhes proporcionou tantos privilégios, um reinado de 8 anos do chefe e mais quatro e meio de Dilma Rousseff.
O PT institucionalizou a corrupção sem nenhum pudor, simulou ser o salvador dos pobres, mas muitos de seus membros, incluindo, Lula da Silva, enriqueceram no poder enquanto a desigualdade social permanecia.
Não houve competência para fazer as reformas necessárias e os alardes de maravilhas executadas não passaram de engodos.
Quanto aos valores que norteiam as percepções morais da sociedade foram pisoteados através do vale-tudo dos comportamentos.
A Educação caiu ao seu pior nível, pois não interessava o aprendizado, mas a doutrinação petista capaz de gerar profissionais que até hoje acreditam que Lula é um coitado inocente e que o fazer do partido, que é um misto de seita e máfia, é excelsos e puro.
O PT não erra, mas sim os outros, porque o PT tudo pode, inclusive, estaria acima da Lei.
Mas nada dura para sempre. O abuso chegou ao ponto que não foi mais tolerado. Quando o governo de Dilma Rousseff, especialmente no segundo mandato, aos seguir as ordens de seu criador político mergulhou o País em sua pior recessão aconteceu o inusitado, o nunca havido: multidões foram às ruas gritar: Fora Lula. Fora Dilma, Fora PT.
Naturalmente, petistas, acostumado a transformar retoricamente suas derrotas em pseudo vitórias, preferiram chamar de golpe as manifestações populares que desembocaram no Congresso cujos membros se nutrem da opinião pública.
O impeachment, ironicamente sempre tentado para outros, atingiu o coração do partido, que a dali em diante começou a descer a ladeira da decadência política. Especialmente, Lula foi atingido e não conseguiu demover deputados e senadores manter sua comandada.
Seguiu-se a perda de mais de 60% das prefeituras. Um baque e tanto, político e financeiro.
Outros fatos se seguiram indicando sinais de decrepitude, mas um deles provocou um abalo sísmico, profundas rachaduras na carapaça petista: a prisão do líder, baseada não só em delações, mas em documentação farta e provas concretas sobre crimes cometidos.
Novamente o PT inventou uma risível e estapafúrdia explicação: Lula é preso político, enquanto este se apresentava como a criatura mais inocente do planeta.
O culpado não era Lula, mas o então juiz Sérgio Moro, hoje ministro da Justiça e da Segurança Pública, um magistrado de rara coragem e competência, uma exceção brasileira capaz de nos fazer orgulhar do Brasil.
E veio a eleição presidencial. Uma nesga de esperança despertou nas hostes petistas. Mas Haddad, denominado jocosamente de poste, perdeu para Jair Bolsonaro, o qual para os institutos de pesquisa estava destinado inexoravelmente à derrota.
Agora o PT, decrépito e atordoado, tenta recuperar o tempo perdido, mas sua única inovação é a seguinte: ao invés de tentar inutilmente uma frente das ditas esquerdas, quer ir além da pose em que figuraram Lula, Haddad e Paulo Maluf, as louvações a Sarney e a proximidade com outros políticos antes execrados.
Agora vale parcerias não só com os partidos nanicos que se dizem de esquerda, mas a associação com o antes “horripilante” Centrão formado pelo PL, PP, DEM, PRB e Solidariedade. Tem mais, candidatos petistas a prefeito poderão receber a poio, além do Centrão que engloba o DEM, do PSDB. Portanto, acabou aquela coisa de partido golpista e se instalou a mixórdia total.
Quando afirmei em artigos anteriores que os partidos brasileiros não passam de clubes de interesse, trampolins para se alçar ao poder, sem ideologia ou programas não vejo exceções. O PT é um partido igual aos outros, só que pior, porque sempre se escondeu atrás de uma inverídica ética.
Aliás, em seus congressos o PT nunca conseguiu definir seu socialismo, seja o comunismo ou a socialdemocracia. Entretanto, lançou a moda de chamar os que considera seus inimigos de fascistas.
Mais um sinal de ignorância porque petistas não têm a mínima noção do que é fascismo, mesmo porquê, nunca souberam se definir ideologicamente.
Agora, seguem desgastados, decrépitos aos 40 anos, em busca do poder pelo poder que como sempre foi sua objetivo.
Maria Lúcia Victor Barbosa, socióloga
Nenhum comentário:
Postar um comentário