O resultado do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro do segundo trimestre, mesmo tendo alcançado o dobro do consenso entre os analistas econômicos, ainda deixa pequenas incertezas se a nossa economia está realmente reagindo.
Ainda não dá para comemorar o resultado semestral, mas sem dúvida, ele nos proporcionou um razoável alívio. Daqui para a frente poderemos ter uma visão mais otimista da economia.
Ela nos confirmou, mais uma vez, que a sua retomada deverá ser lenta, gradual e um pouco limitada diante de um ambiente global literalmente desafiador.
Mesmo uma economia como a dos Estados Unidos, com a crise de 2008, levou um tempo considerável para se recuperar.
A crise do Brasil leva a vantagem de não ter se tornado uma crise bancária, mas temos uma situação nítida de colapso na demanda.
Afinal de contas, o País viveu dois anos consecutivos com seu PIB em queda e a extensão da recessão pela qual passamos deixou um elevado grau de destruição. Não existe um paralelo na nossa história.
Os resultados surpreenderam e mostram que a piora da atividade econômica observada nos primeiros três meses do ano (queda de 0,1%) foi mais uma questão transitória do que o início de um declínio mais acentuado da economia.
Com isso, poderá ser afastado o pessimismo embutido nas expectativas em relação ao crescimento dela para este ano e, possivelmente, em 2020.
Houve também uma demonstração de maior resistência, apesar dos inúmeros choques que tivemos nesse período, já que conseguimos superar eventos negativos na primeira metade do ano, o que inclui a grande tragédia com a barragem da Vale em Brumadinho (MG) e, sobretudo, no segundo trimestre, com um cenário externo mais adverso e o agravamento da crise na Argentina.
Mesmo com a alta de 0,4% do produto interno bruto (PIB) nesse último trimestre, a economia brasileira ainda se encontra 4,8% abaixo do pico registrado no início de 2014, quando iniciou o período recessivo que só terminou no final de 2017.
O Brasil, na prática, tem enfrentado a partir daí uma estagnação e medidas como a reforma trabalhista, a redução da Selic (taxa básica de juros) em curso e a aprovação da reforma previdenciária na Câmara e Senado, todas essas apontadas como essenciais para fazer o PIB ganhar ritmo, ainda não tiveram tempo hábil para mostrarem um impacto relevante. O benefício futuro que teremos é imenso, em termos de desenvolvimento.
As previsões atuais para o terceiro trimestre do PIB são, inicialmente, que ele poderá “devolver” parcialmente os ganhos obtidos no segundo – isto é, apresentando-se um pouco mais fraco, mas com avanços previstos até então, para o quarto e o primeiro trimestre de 2020 e que o País venha a crescer 1% este ano. Se essa expectativa vier a se configurar, isso quer dizer que a economia vai crescer mais do que a população, sendo este um resultado importante a considerar, pois ela está aumentando em torno de 0,8% ao ano.
A grande verdade é que o cenário econômico permanece desafiador: o ajuste fiscal em andamento, a baixa produtividade da economia brasileira e a incerteza da conjuntura internacional insinuam um extenso e perigoso caminho a percorrer ainda repleto de armadilhas,
principalmente na esfera política.
Outra grande realidade é que a despeito desses desafios, a conjuntura brasileira hoje mostra-se bem mais favorável do que era no início deste ano, após um novo rumo traçado por essa nova equipe econômica.
03 de setembro de 2019
Arthur Jorge Costa Pinto é Administrador, com MBA em Finanças pela UNIFACS (Universidade Salvador).
Ainda não dá para comemorar o resultado semestral, mas sem dúvida, ele nos proporcionou um razoável alívio. Daqui para a frente poderemos ter uma visão mais otimista da economia.
Ela nos confirmou, mais uma vez, que a sua retomada deverá ser lenta, gradual e um pouco limitada diante de um ambiente global literalmente desafiador.
Mesmo uma economia como a dos Estados Unidos, com a crise de 2008, levou um tempo considerável para se recuperar.
A crise do Brasil leva a vantagem de não ter se tornado uma crise bancária, mas temos uma situação nítida de colapso na demanda.
Afinal de contas, o País viveu dois anos consecutivos com seu PIB em queda e a extensão da recessão pela qual passamos deixou um elevado grau de destruição. Não existe um paralelo na nossa história.
Os resultados surpreenderam e mostram que a piora da atividade econômica observada nos primeiros três meses do ano (queda de 0,1%) foi mais uma questão transitória do que o início de um declínio mais acentuado da economia.
Com isso, poderá ser afastado o pessimismo embutido nas expectativas em relação ao crescimento dela para este ano e, possivelmente, em 2020.
Houve também uma demonstração de maior resistência, apesar dos inúmeros choques que tivemos nesse período, já que conseguimos superar eventos negativos na primeira metade do ano, o que inclui a grande tragédia com a barragem da Vale em Brumadinho (MG) e, sobretudo, no segundo trimestre, com um cenário externo mais adverso e o agravamento da crise na Argentina.
Mesmo com a alta de 0,4% do produto interno bruto (PIB) nesse último trimestre, a economia brasileira ainda se encontra 4,8% abaixo do pico registrado no início de 2014, quando iniciou o período recessivo que só terminou no final de 2017.
O Brasil, na prática, tem enfrentado a partir daí uma estagnação e medidas como a reforma trabalhista, a redução da Selic (taxa básica de juros) em curso e a aprovação da reforma previdenciária na Câmara e Senado, todas essas apontadas como essenciais para fazer o PIB ganhar ritmo, ainda não tiveram tempo hábil para mostrarem um impacto relevante. O benefício futuro que teremos é imenso, em termos de desenvolvimento.
As previsões atuais para o terceiro trimestre do PIB são, inicialmente, que ele poderá “devolver” parcialmente os ganhos obtidos no segundo – isto é, apresentando-se um pouco mais fraco, mas com avanços previstos até então, para o quarto e o primeiro trimestre de 2020 e que o País venha a crescer 1% este ano. Se essa expectativa vier a se configurar, isso quer dizer que a economia vai crescer mais do que a população, sendo este um resultado importante a considerar, pois ela está aumentando em torno de 0,8% ao ano.
A grande verdade é que o cenário econômico permanece desafiador: o ajuste fiscal em andamento, a baixa produtividade da economia brasileira e a incerteza da conjuntura internacional insinuam um extenso e perigoso caminho a percorrer ainda repleto de armadilhas,
principalmente na esfera política.
Outra grande realidade é que a despeito desses desafios, a conjuntura brasileira hoje mostra-se bem mais favorável do que era no início deste ano, após um novo rumo traçado por essa nova equipe econômica.
03 de setembro de 2019
Arthur Jorge Costa Pinto é Administrador, com MBA em Finanças pela UNIFACS (Universidade Salvador).
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