"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 2 de março de 2019

RECUO DE SÉRGIO MORO DESGASTA A IMAGEM DE SUPERMINISTRO DA JUSTIÇA

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O ministro Sérgio Moro deu uma mancada desclassificante
Ao revogar a nomeação de Ilona Szabó de Carvalho como suplente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária, por pressão do presidente Jair Bolsonaro, Sergio Moro contribuiu para esvaziar a imagem de superministro criada quando o ex-juiz da Lava Jato decidiu abandonar a toga. Os choques políticos eram previstos. O que não se imaginava era esse desgaste ainda no início da gestão.
Gilson Dipp, ex-corregedor nacional de Justiça, previu em dezembro, em reportagem na Folha: “É preciso que Moro se cerque de pessoas competentes. Ele exercerá um cargo eminentemente político. Vai conviver com pares altamente comprometidos, enfrentar pressões, e não tem o comando da situação”. As pressões políticas confirmaram a antevisão de Dipp.
COMPETÊNCIA – Ilona Szabó é uma pessoa competente, o que foi reconhecido por Moro ao convidá-la, e, depois, ao revogar a nomeação. Ela é especialista em segurança pública, tem mestrado pela Universidade de Uppsala, na Suécia. É cofundadora e diretora-executiva do Instituto Igarapé, que produz pesquisas sobre segurança, justiça e desenvolvimento, além de colunista da Folha.
Reportagem de Paulo Saldaña e Gustavo Uribe, da Folha, revela que militantes passaram a atacar Moro nas redes sociais, lembrando as divergências de Szabó em relação ao governo em temas como armamento e política de drogas, além do fato de ela ter se posicionado contra a candidatura de Bolsonaro.
Ainda segundo os jornalistas, “Moro tentou convencer insistentemente o presidente de que a especialista era um bom nome e que questões ideológicas não iriam interferir”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Sinceramente, Moro foi de uma ingenuidade constrangedora. Parece viver em outro mundo. Como se passou pela cabeça nomear uma oposicionista para integrar uma comissão do governo? É realmente incabível, Bolsonaro vetou com razão. Era uma nomeação maluca. (C.N.)

02 de março de 2019
Frederico VasconcelosFolha

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