A proposta conhecida como Corredor Triplo A é amplamente considerada como uma ameaça entre os estudos estratégicos das Forças Armadas do Brasil. O tema é alvo de análises militares há cerca de 45 anos.
O modelo atual do Corredor AAA foi desenhado pelo antropólogo americano Martin von Hildebrand, envolvendo 135 milhões de hectares.
Von Hildebrand é o fundador da ONG Gaia Amazonas e membro da Gaia Foundation, organização também não governamental, mas com fortes vínculos com a Casa Real Britânica.
Segundo o site oficial da ONG, o trabalho na Amazônia começou com a mediação do ambientalista brasileiro José Lutzenberg, que também atuou no ministério do governo Fernando Collor de Mello.
A faixa territorial começa nos Andes, pega a parte norte do Rio Maranõn, no Peru, segue pela Amazônia do Equador e da Colômbia, abrange o Estado do Amazonas na Venezuela, entra pela Guiana, o Suriname, a Guiana Francesa, e segue pela calha dos rios Solimões e Amazonas.
Em solo brasileiro, o Corredor AAA passaria pelos estados do Amazonas, Roraima e Amapá.
A estimativa é de que haja perto de 1.200 terras indígenas distribuídas por oito países – um bolsão do tamanho de 1,2 milhão de km².
Em 2015, no Dia Mundial do Meio Ambiente, o Brasil se viu diante de uma proposta do então presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, para criar um “corredor ecológico” que iria dos Andes ao Atlântico, passando pela Amazônia.
Em audiência pública no Senado, alguns meses depois, o então Comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, alertou que a intenção do projeto é manter toda a extensão do corredor intocado, sem exploração de suas riquezas, como contribuição para deter as mudanças climáticas.
Villas Bôas disse que a ideia fundamental por trás do projeto é a de que os recursos naturais da Amazônia devem ficar congelados para sempre. Ao contrário disso, ele defendeu ao longo da exposição que é possível conciliar a preservação e o uso racional das riquezas na região.
Ao ser questionado sobre a influência de organizações estrangeiras envolvidas no setor da suposta “proteção ambiental”, o general foi enfático:
“Esse processo é como combater fantasmas, porque a gente não sabe de onde vêm, quem são, o que fazem e quais são seus reais objetivos.”
Apesar dos riscos à soberania brasileira, a proposta é vista como pouco factível e de difícil implementação, principalmente após Juan Manuel Santos, um dos principais defensores da ideia, deixar o poder na Colômbia.
Assumir um compromisso internacional deste porte sobre um determinado território implicaria chegar a um consenso entre governos nacionais, locais e suas populações, o que seria algo extremamente improvável.
No entanto, no dia 19 Setembro de 2018, poucos meses antes de deixar a liderança do Exército, o general Villas Bôas deixou um alerta em seu perfil oficial no Twitter.
Você sabe o que é “Corredor Triplo A”? É uma questão de soberania! Minha missão como Comandante do @exercitooficial, preocupado com interesses nacionais, é indicar os riscos dessa proposta para o país. Precisamos discutir profundamente com a sociedade. NOSSA SOCIEDADE!
O Exército Brasileiro estima que a Amazônia possui um patrimônio de riquezas naturais da ordem de US$ 23 trilhões.
Quantos outros projetos tentarão impedir o Brasil de explorar esta imensa riqueza?
18 de fevereiro de 2019
renova mídia
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