Embora não acreditasse que seria solto no domingo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a arrumar as malas para deixar a cela especial que ocupa no prédio da Polícia Federal (PF), em Curitiba. Por orientação de advogados, ele organizou seus pertences entre as 9h e 10h da manhã, mesmo descrente que “o soltariam tão fácil”, segundo uma pessoa que acompanhou a confusão de medidas judiciais deste fim de semana. Segundo o ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, que visitou Lula na PF nesta segunda-feira, o petista relatou que não pretendia deixar Curitiba caso fosse solto.
— Estive agora com Lula e ele me disse: ‘Eu nem sairia de Curitiba. Ficaria esperando decidirem o que fariam a meu respeito, porque sabia que isso não ia longe’ — disse Aragão. — Em momento nenhum ficou ansioso. Diz que, desde que chegou aqui, está com a serenidade de um monge tibetano — acrescentou.
No domingo, três advogados estiveram no local: Manoel Caetano Ferreira Filho, Luiz Carlos da Rocha, o Rochinha, e o deputado, e um dos autores do pedido de liberdade do petista, Wadih Damous (PT-RJ).
CETICISMO – Ao receber a notícia da primeira decisão do desembargador Rogério Favreto, que o libertava, Lula sorriu, mas demonstrou ceticismo sobre o cumprimento da revogação de sua prisão. Segundo Damous, apesar da guerra jurídica travada no Tribunal Regional da 4ª Região (TRF-4), a rotina do ex-presidente não se alterou na prisão no domingo.
— Vocês acham que vão me soltar assim, tão fácil? Acreditam mesmo que isso vai acontecer? —, dizia o ex-presidente ao trio de advogados com quem debatia a queda de braço entre magistrados que proferiam decisões contraditórias sobre a sua soltura neste domingo.
Embora estivesse cético, Lula demonstrou irritação ao saber que o desembargador João Pedro Gebran Neto o manteria preso.
PARCIALIDADE – Já nesta segunda-feira, Lula voltou a receber a visita de Rocha. Na saída, o advogado reforçou a crítica do ex-presidente, de que o juiz Sergio Moro é parcial, mas ponderou que Lula segue “sereno e tranquilo”.
Luiz Fernando Pereira, especialista em Direito Eleitoral, também esteve no local nesta segunda-feira. Disse que está dando uma “consultoria na área que atua” e que não teve nenhuma participação na composição do HC dos deputados Damous, Paulo Teixeira e Paulo Pimenta.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em tradução simultânea, a história do domingo na cela foi bem diferente. Os advogados deram uma mancada terrível, ao se apressarem a comunicar a Lula que ele tinha sido solto. Lula acreditou, fez as malas e depois ficou furioso ao saber que sua libertação não seria tão fácil. Ficou assistindo a TV, para saber os acontecimentos e somente depois das 20 horas é que soube que não seria solto. Como dizia Seu Peru ao professor Raimundo, Lula está por aqui com os advogados e já não acredita mais neles, que tentam alimentar o sonho de soltá-lo e confirmar a candidatura. Podem até soltá-lo temporariamente, até a decisão final do STJ, mas a candidatura “não ecziste mais”, como diria o Padre Óscar Quevedo. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em tradução simultânea, a história do domingo na cela foi bem diferente. Os advogados deram uma mancada terrível, ao se apressarem a comunicar a Lula que ele tinha sido solto. Lula acreditou, fez as malas e depois ficou furioso ao saber que sua libertação não seria tão fácil. Ficou assistindo a TV, para saber os acontecimentos e somente depois das 20 horas é que soube que não seria solto. Como dizia Seu Peru ao professor Raimundo, Lula está por aqui com os advogados e já não acredita mais neles, que tentam alimentar o sonho de soltá-lo e confirmar a candidatura. Podem até soltá-lo temporariamente, até a decisão final do STJ, mas a candidatura “não ecziste mais”, como diria o Padre Óscar Quevedo. (C.N.)
11 de julho de 2018
Luís Lima
O Globo
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