O publicitário André Gustavo Vieira da Silva afirmou ao juiz Sérgio Moro, nesta quarta-feira (22), que repassou R$ 950 mil de propina ao ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil, Aldemir Bendine. Segundo ele, o dinheiro foi pago pela Odebrecht. A defesa de Bendine nega as acusações. O publicitário é um dos réus em um processo em que o Ministério Público Federal (MPF) acusa Bendine de receber R$ 3 milhões em propina da Odebrecht. André Gustavo confirmou ter pego o dinheiro, mas disse que desse montante entregou R$ 950 mil ao ex-presidente da Petrobras.
“Eu estava devendo R$ 1 milhão a um amigo de um empréstimo que me fez. E, para eu não transportar de Recife para São Paulo, eu usei o dinheiro para quitar. Imagino, inclusive, que isso está declarado no imposto de renda dele. Parte dos recursos eu deixei no flat durante um tempo e eu fiz dois repasses ao senhor Aldemir Bendine, um de R$ 600 mil e outro de R$ 350 mil”, contou.
PAGOU A JOESLEY – O amigo que recebeu parte do dinheiro entregue pela Odebrecht, segundo André Gustavo, era o ex-presidente do Grupo JBS, Joesley Batista. “Eu paguei o que devia a Joesley, isso não significa dizer que Joesley soubesse que o dinheiro que tava pagando era fruto disso, não. Para Joesley, era dinheiro meu, para não confundir a interpretação do pagamento”, disse.
Ele também disse que o acerto feito entre ele, a Odebrecht e Bendine poderia chegar a R$ 17 milhões, mas apenas os primeiros R$ 3 milhões foram pagos. “Como tinha um saldo dos 14 a receber, nós não chegamos a determinar exatamente como poderia ficar no final”, disse.
SEM DELAÇÃO – André Gustavo afirmou que não tem um acordo de colaboração premiada com a Justiça. Mesmo assim, decidiu fornecer as informações que considera necessárias para esclarecer os fatos. “Não existe nenhum acordo de colaboração feito. O que existe é a minha decisão de colaborar espontaneamente nesse processo. Já comuniquei ao Ministério Público que qualquer processo que cite o meu nome, em qualquer contexto, serei colaborador na circunstância em que eu possa ajudar a elucidar”, afirmou.
Após o fim da audiência, o juiz Moro determinou que Bendine seja transferido da carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, para o Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Segundo o juiz, a medida tem como objetivo garantir a segurança de André Gustavo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – No Brasil, a realidade supera a ficção. Diante do escândalo da Petrobras, a então presidente Dilma Rousseff tirou Bendine do Banco do Brasil e o nomeou para a empresa petrolífera, a pretexto de moralizar a administração da estatal. Na verdade, estava colocando a raposa para tomar conta do galinheiro, como se dizia antigamente. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – No Brasil, a realidade supera a ficção. Diante do escândalo da Petrobras, a então presidente Dilma Rousseff tirou Bendine do Banco do Brasil e o nomeou para a empresa petrolífera, a pretexto de moralizar a administração da estatal. Na verdade, estava colocando a raposa para tomar conta do galinheiro, como se dizia antigamente. (C.N.)
23 de novembro de 2017
Deu no G1 Curitiba
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