Os tribunais de contas foram criados para evitar a pilhagem dos cofres públicos. Com frequência, fazem o contrário. Tapam os olhos para os desvios e embolsam parte do dinheiro roubado. Em março, a Polícia Federal promoveu uma faxina no Tribunal de Contas do Estado do Rio. Dos sete conselheiros, cinco foram varridos para a cadeia. Um sexto, que delatou os comparsas, passou a cumprir prisão domiciliar.
De acordo com as investigações, o grupo participou ativamente da quadrilha de Sérgio Cabral. O governador armava as negociatas e repassava uma comissão aos fiscais corruptos. O propinoduto operou em diversas áreas, da reurbanização de favelas à partilha de linhas de ônibus.
INDICAÇÃO POLÍTICA – Todos os presos chegaram ao tribunal de contas por indicação política. Quatro foram deputados estaduais. Os outros dois prestaram serviços a governos do PMDB. Ao menos um deles esteve na memorável farra dos guardanapos em Paris.
A Operação Quinto do Ouro deu ao Rio uma chance de começar de novo. O governador Luiz Fernando Pezão, herdeiro político de Cabral, preferiu ignorá-la. Na semana passada, ele indicou outro deputado estadual para uma cadeira no TCE.
O escolhido, Edson Albertassi, é ninguém menos que o líder do governo na Assembleia. Está no quinto mandato e, nas horas vagas, comanda uma rádio evangélica. Para surpresa de ninguém, é filiado ao PMDB.
ERA VEZ DE AUDITOR – A oposição protestou contra a escolha. Pelo que determina a Constituição estadual, o governador deveria ter indicado um auditor de carreira. Ele driblou a regra e optou por mais um político aliado.
Nesta segunda, o Tribunal de Justiça suspendeu a nomeação de Albertassi. Com isso, Pezão ganhou outra oportunidade de nomear um fiscal independente. Ao que tudo indica, ele vai arremessá-la pela janela. Cabral já foi condenado a 72 anos de prisão, mas a farra do PMDB fluminense não terminou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Nesta terça-feira, a Polícia Federal desbaratou a gangue do PMDB estadual, chefiada por Jorge Picciani, cuja prisão será requerida pela Procuradoria, em um pedido que incluirá também os deputados Paulo Mello e… Edson Albertassi. Um dos filhos de Picciani, Felipe, foi preso em Uberaba. Mas ficou faltando prender Pezão, o novo chefe da quadrilha. E isso é apenas questão de tempo. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Nesta terça-feira, a Polícia Federal desbaratou a gangue do PMDB estadual, chefiada por Jorge Picciani, cuja prisão será requerida pela Procuradoria, em um pedido que incluirá também os deputados Paulo Mello e… Edson Albertassi. Um dos filhos de Picciani, Felipe, foi preso em Uberaba. Mas ficou faltando prender Pezão, o novo chefe da quadrilha. E isso é apenas questão de tempo. (C.N.)
14 de novembro de 2017
Bernardo Mello Franco
Folha
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