"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 14 de novembro de 2017

MOVIMENTO 'FORA, AÉCIO' CRESCE NO PSDB, EM MEIO À TENTATIVA DE PACIFICAÇÃO

SÃO PAULO, SP - 12.11.2017: CONVENÇÃO ESTADUAL PSDB SÃO PAULO - O prefeito João Doria discursou, durante convenção estadual do PSDB, na manhã deste domingo (12) na ALESP. Na foto o prefeito fala ao lado do governador Geraldo Alckmin, do senador José Serra, do ex-governador Alberto Goldman e de outros representantes do partido. (Foto: Bruno Rocha /Fotoarena/Folhapress) ORG XMIT: 1425894 ***PARCEIRO FOLHAPRESS - FOTO COM CUSTO EXTRA E CRÉDITOS OBRIGATÓRIOS***
Doria já se tornou o principal nome do partido
Para o governador paulista Geraldo Alckmin, o momento era de “união e unidade”. Mas, com gritos de “fora, Aécio”, a convenção estadual do PSDB-SP, realizada neste domingo (12), na Assembleia Legislativa de São Paulo, mostrou que o racha no tucanato não cicatrizou. O mestre de cerimônias do evento bem que tentou: “Eu quero que você abrace a pessoa ao seu lado e fale: ‘Eu amo o PSDB'”. Mas o clima paz e amor dissipava rápido quando o nome do senador mineiro era evocado.
“Ele deveria colocar o pijama e voltar para a casa”, disse à imprensa Pedro Tobias, reconduzido no dia à presidência do diretório paulista da sigla, ao se referir a Aécio Neves. “Quieto ele ajuda mais.”
MUITAS BICADAS – Entre as últimas bicadas internas, destacam-se a permanência do PSDB no governo Michel Temer e a manobra de Aécio para reassumir a presidência nacional da legenda, destituir o senador Tasso Jereissati (CE) da interinidade e indicar o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman para o cargo.
No sábado (11), o PSDB-MG fez sua própria convenção, e nela Aécio reconheceu que é hora do partido deixar a administração peemedebista, mas “pela porta da frente, da mesma forma como entramos”. Sem especificar qual cargo disputaria (se Senado, Câmara ou governo mineiro), ele disse que seu nome no pleito de 2018 é garantido.
Aécio se licenciou da liderança tucana após a descoberta de uma gravação em que pede R$ 2 milhões ao empresário e delator Joesley Batista.
COMPRA CAIXÃO – O espaço que reconquistou no partido é danoso, segundo Tobias. “Compra caixão, se sobrar caixão por aí.” Na mesma toada foi o secretário estadual Floriano Pesaro (Desenvolvimento Social), pré-candidato ao governo paulista. Para ele, Aécio “não pode contaminar membros do partido” e deve “se afastar para se defender” das acusações na Justiça.
Na convenção mineira Aécio “deitou e rolou”, afirmou o vereador Mario Covas Neto, que diz ter cogitado abandonar o PSDB, mas suspendeu a decisão por ora. “O ideal será esperar a convenção nacional [em dezembro]” para ver que rumo o tucanato tomará, afirmou. “Se saio agora, o grupo fisiológico ganha mais força.”
Na semana passada, Tasso já havia acusado Aécio de “fisiologismo”, e o senador rebateu dizendo que rechaça essa “pecha”.
BOLA PARA FRENTE –  Alckmin diz que não é hora de “discutir questões pessoais”, e sim de esperar a próxima eleição da diretoria do partido. “Bola para frente.” Também pediu para “aguardar” o desfecho da convenção nacional quando questionado se assumiria a presidência do PSDB.
Trata-se de uma “decisão coletiva do Brasil”, num pleito que já conta com “dois pré-candidatos”, afirmou. Além do cearense Jereissati, o governador de Goiás, Marconi Perillo, também pleiteia o posto.
Como antecipado pelo “Painel”,o governador já admite a aliados que está disposto a assumir as rédeas do partido se for aclamado pelas diversas correntes do partido.
PRESIDENCIÁVEL – A unanimidade, ao menos no diretório paulista, está em torno de Alckmin. A disputa interna entre ele e seu afilhado político João Doria, para ver qual dos dois conquistava a vaga de presidenciável tucano em 2018, parecia página virada na convenção.
“Estamos juntos”, disse o prefeito sobre Alckmin, quando a dupla desembarcou de uma van que trouxe outros caciques do partido em São Paulo, como Goldman, José Serra e José Aníbal.
Estiveram, mas não por muito tempo: Doria saiu antes dos colegas, para ir ao Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1. Antes, disse que aquela era a “convenção da pacificação”.
O prefeito e Goldman, o novo presidente do PSDB nacional, tentam deixar para trás o entrevero que nutrem há meses e que teve seu ápice em outubro, quando Doria chamou o ex-governador de “fracassado” que “agora vive em casa de pijamas”.
PIJAMA PARA GOLDMAN – A vestimenta para dormir, no entanto, foi lembrada por uma claque da base tucana, que fez um coro de “eu pedi pijama!” quando Goldman começou seu discurso.
“A gente leu que o PSDB tinha acabado. Onde, eu não sei. Aqui em São Paulo não acabou, não, e não vai acabar no Brasil”, disse o presidente do PSDB até a convenção nacional que elegerá a nova liderança partidária. “Não temos caciques, coronéis, imperadores, temos líderes que têm que responder à sua base”, afirmou em seguida, sem endereçar críticas a nomes específicos.
Na plateia, uma dirigente do PSDB Mulher cotovelou uma amiga e disse: “Primeiramente, fora Aécio…”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O PSDB já foi um grande partido. Agora se divide entre os velhos, de pijamas, e os novos, de cabeça preta. A união é um sonho que jamais será realizado. O maior líder hoje era Geraldo Alckmin, cujo apelido é “Picolé de Chuchu”. Hoje, João Doria é a principal liderança, mas não terá legenda para ser candidato. (C.N.)

14 de novembro de 2017
Anna Virginia BalloussierFolha

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