"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

NO SUPREMO, RODRIGO JANOT DERROTOU TEMER POR 9 A 0, E GILMAR MENDES SUMIU...

Resultado de imagem para gilmar mendes dando entrevista
Gilmar esta ano Supremo e não compareceu à sessão
Nesta quarta-feira, 13, o dia não foi nada bom politicamente para o presidente Michel Temer. O Supremo Tribunal Federal, em sessão transmitida pela Globonews e pela TV Justiça, derrotou a representação do presidente Michel Temer, que pedia o afastamento do procurador geral da República, Rodrigo Janot, da ação voltada contra ele, por 9 votos a zero. Só não votaram os ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes. O primeiro porque se encontrava nos Estados Unidos, o segundo por vontade própria, estava no gabinete e não quis participar.
Presume-se que o placar, se ambos votassem, em vez de 9 a zero seria de 10 a um. A derrota do Governo foi fragorosa e irrecuperável. Sobretudo, porque Rodrigo Janot encerra seu mandato do cargo no domingo próximo. Segunda-feira assume Rachel Dodge.
NOVAS DENÚNCIAS – Mas eu disse que quarta-feira foi um dia muito negativo para o Presidente da República. A derrota no STF foi precedida pela publicação de novas denúncias contra ele formuladas – manchete de primeira página de O Globo – pelo operador Lúcio Funaro, que destacou ter acertado com Joesley Batista o recebimento de 100 milhões de reais para permanecer em silêncio, portanto, não relatando os sinuosos caminhos que conduziram a estrada de mão dupla entre o poder e a corrupção. Na delação, Lúcio Funaro traçou um amplo roteiro de como se verificava a distribuição do dinheiro.
E o que o presidente Michel Temer fazia no que Funaro e a Polícia Federal sustentaram como a posição de comandante de uma quadrilha. A Polícia Federal destacou que Michel Temer era o gestor da organização criminosa do PMDB. A parte relativa a este aspecto da questão está contida em reportagem de André de Souza, em O Globo.
POWER POINT – A Polícia Federal formulou um quadro (power point) incluindo os agentes corruptos e suas ligações com o presidente da República. Surgem no primeiro plano os ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha e o ex-ministro Geddel Vieira Lima.
A presença de Gedel Vieira Lima na linha de frente do esquema de suborno coloca-o ao lado de Eduardo Cunha. O doleiro Lúcio Funaro, que resolveu falar, revelou um detalhe singular: possuía e operava uma conta conjunta com Gedel Vieira Lima.
Na mesma denúncia a Polícia Federal incluiu Rocha Loures, o homem da mala noturna. E governo não conseguiu apresentar uma resposta convincente. Michel Temer apenas chamou de facínoras os delatores que decidiram colaborar com as investigações.
ALTO RISCO – O governo entrou novamente na faixa de alto risco, sinal vermelho aceso e cintilante. O som e a imagem da organização criminosa foram transmitidos intensamente a toda a população do país durante a tarde e a noite de ontem.
Escrevo este artigo ao anoitecer de quarta-feira. Na alvorada de quinta os jornais estarão reproduzindo a crise da véspera e a elevada temperatura que está atingindo registrada nos termômetros da opinião pública. Nesta altura dos acontecimentos, tão críticos eles são, que o surgimento de nova denúncia contra o presidente Temer deixa de ser formalmente importante.
Essa nova denúncia já está configurada nas telas e nas páginas da imprensa. Michel Temer não tem mais poder de evitar o desabamento, embora possa permanecer no Palácio do Planalto. Não poderá descer a planície dos fatos.

14 de setembro de 2017
Pedro do Coutto

Nenhum comentário:

Postar um comentário