Com a prisão de Wesley Batista, a JBS vai acelerar a busca por um novo presidente. Wesley foi preso na manhã desta quarta-feira (13) por suspeita de fraude no mercado de capitais. Por pressão do BNDES, sócio minoritário com 21% de participação, o comando da JBS, maior empresa de proteína animal do mundo, já vinha fazendo sondagens.
A empresa trabalha com dois nomes internos – Gilberto Tomazoni e Tarek Farahat – e com um “outsider”, Cledorvino Belini, ex-presidente da Fiat.
ERA DA SADIA -No comando das operações globais da JBS, Tomazoni chegou a receber um convite formal, mas não aceitou. Ele é considerado a melhor opção porque já dirigiu a Sadia. A expectativa de executivos ligados às tratativas é que Tomazoni reconsidere sua posição, devido à prisão de Wesley.
Farahat, ex-presidente da P&G e atual presidente do conselho de administração da JBS, é outra alternativa. Ele e Tomazoni, no entanto, vinham insistindo para Wesley permanecer no cargo.
Belini surgiu como um nome de peso para assumir o comando da JBS, mas sua indicação pode ser inviabilizada pelas suspeitas, investigadas na Operação Zelotes, de que a Fiat teria se envolvido com a “compra” de medidas provisórias. E com menos chance de emplacar, surge também Gilberto Xandó, que estava no comando da Vigor Alimentos, vendida recentemente pelos Batista para a mexicana Lala.
EXIGÊNCIA DO BNDES – A saída de Wesley é uma exigência do BNDES, que pediu a convocação de uma assembleia extraordinária de acionistas para que a JBS processe os irmãos Joesley e Wesley Batista por danos provocados à empresa pelos crimes que confessaram em sua delação premiada.
Após uma briga judicial, a assembleia foi suspensa e os dois sócios vinham negociando a saída de Wesley. A JBS havia proposto uma transição controlada entre 90 e 180 dias.
Segundo executivos próximos às conversas, os representantes dos Batista alegavam que Wesley era fundamental em meio à turbulência porque estava renegociando as dívidas com os bancos.
NECESSIDADE – Com a prisão do executivo, no entanto, a troca de comando deve ser mais rápida. A J&F, holding que congrega os negócios dos Batista, contratou o especialista em conflitos Ricardo Lacerda, da BR Partners, para negociar com o BNDES.
Desde que assumiu a presidência do BNDES, em junho, por indicação do presidente Michel Temer, o economista Paulo Rabello de Castro tornou a saída dos Batista uma de suas principais bandeiras.
Joesley Batista acusou Temer de corrupção em sua delação premiada. Joesley está preso em Brasília após a Procuradoria-Geral da República alegar que ele omitiu informações.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É uma pena que Henrique Meirelles não possa assumir. Foi dele a ideia (frustrada) de transferir a sede da J&F para a Europa, para pagar menos impostos ao Brasil. Como se vê, Meirelles é um tremendo nacionalista… (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – É uma pena que Henrique Meirelles não possa assumir. Foi dele a ideia (frustrada) de transferir a sede da J&F para a Europa, para pagar menos impostos ao Brasil. Como se vê, Meirelles é um tremendo nacionalista… (C.N.)
16 de setembro de 2017
Raquel Landim e Joana Cunha
Folha
Nenhum comentário:
Postar um comentário