Dentro da indispensável relatividade dos fatos, tese com a qual Einstein conquistou o Prêmio Nobel de 1931, vale sempre a pena comparar os números para que se possa chegar a conclusões efetivas e concretas. Dito isso, a situação do presidente Michel Temer se agrava a todos os instantes. Principalmente, com a prisão de Rocha Loures no fim de semana que antecede de perto o julgamento do dia 6 pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Mas não é só este o fato que se adiciona à tempestade que está atingindo o Palácio do Planalto. Na edição deste domingo de O Estado de São Paulo, reportagem de Pedro Venceslau revela declarações do publicitário Elsinho Mouco que informa ter recebido dinheiro de Joesley Batista para atuar na campanha pelo impeachment de Dilma Rousseff. Elsinho Mouco é o marqueteiro oficial de Michel Temer desde 2002, atua também para o PMDB e é o autor do programa Ponte Para O Futuro.
ATUAÇÃO DIRETA – Esta informação traz consigo a realidade da participação do vice Michel Temer na queda de Dilma Rousseff. Não que a queda de Dilma Rousseff não tivesse sido causada por uma sequência enorme de erros porque o marketing não constrói milagres, não pode inverter a vontade coletiva, registrada nas ruas, e só é forte quando vai ao encontro de um desejo coletivo. É incapaz de fazer milagres como está sendo comprovado agora, já que os esforços de Elsinho Mouco se mostram inócuos para reverter a impopularidade crescente do Presidente da República.
###
DÍVIDA INTERNA E PREVIDÊNCIA
DÍVIDA INTERNA E PREVIDÊNCIA
Em meio ao caos político, é importante destacar que o custo da dívida interna é praticamente 20 vezes maior do que o déficit da Previdência. Basta aplicar a taxa SELIC sobre os 3 trilhões de reais da dívida, cujo total já representa cerca de 50% do PIB. Assim, de verdade em verdade vão desabando os mitos que se criaram ao longo do tempo. Este processo tem sua base na simples comparação entre os números que regem a economia.
Em reportagem também publicada no Estado de São Paulo no domingo, Alexa Salomão destaca que só a revogação das desonerações fiscais criadas no período Dilma Rousseff totalizam uma receita perdida de 170 bilhões de reais por ano. Mas em um levantamento paralelo de especialistas o total de favorecimentos concedidos é muito maior: atinge 260 bilhões de reais.
Pesquisas realizadas pelo economista Vilma da Conceição Pinto, da Fundação Getúlio Vargas destacam que as desonerações vão expirar só em 2036, sendo que uma parte foi concedida por tempo indeterminado.
MENTIRAS OFICIAIS – A comparação ilumina o conhecimento concreto da fenomenologia que está envolvendo o país. Fala-se costumeiramente de coisas que não se ajustam à realidade dos fatos. Esta realidade ingressa a partir de agora numa fase absolutamente crítica, como na véspera de um desfecho.
Michel Temer tenta escapar de Rocha Loures e da verdade. Tanto assim que, numa entrevista a Isto É, destaca qualidades que identifica no comportamento do fugitivo da noite paulista. Loures será eternamente o homem da mala com 500 mil reais entregues por Ricardo Saud, executivo da JBS.
A JBS está perdendo os propagandistas da Seara e da Friboi. A revista Veja diz que Tony Ramos e Fátima Bernardes resolveram romper seus contratos. Só resta agora a ruptura do contrato social de Michel Temer.
05 de junho de 2017
Pedro do Coutto
Nenhum comentário:
Postar um comentário