Na véspera do começo do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode lhe cassar o mandato, o presidente Michel Temer tentou uma agenda positiva na área ambiental. Nesta segunda-feira, Temer assinou decreto que regulamenta o Acordo de Paris — que na última quinta-feira foi abandonado pelos Estados Unidos —, e ampliou unidades de conservação. O Acordo de Paris já havia sido ratificado em setembro e vigora desde novembro.
Foram ampliados o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás; a Estação Ecológica do Taim, no Rio Grande do Sul; e a Reserva Biológica União, no Rio. O governo também delimitou o Parque Nacional dos Campos Ferruginosos, no Pará.
DESMATAMENTO – Na semana passada, um estudo da SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostrou que o desmatamento na Mata Atlântica entre 2015 e 2016 cresceu 57,7% em relação ao biênio anterior. Foram perdidos 290 km² de floresta, maior número em dez anos.
E no mês passado, o Congresso Nacional aprovou uma medida provisória — elaborada pelo presidente Temer — que diminuiu o Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, e flexibilizou seu uso.
A ONG WWF, presente na cerimônia no Planalto, denuncia o “desmanche” com “explícito apoio do governo”. “Com a ampliação (das unidades), a situação melhora um pouco. Mas ainda está longe do ideal. O compromisso do Brasil é ter 17% de todos os biomas protegidos por lei”, diz material da organização.
SEGUNDA CHANCE – “Por razões óbvias, o planeta é um só. Não haverá segunda chance. O esforço para protegê-lo, globalmente, deve ser global. E de nossa parte nós assumimos metas ambiciosas e factíveis. Nada irreal” — declarou Michel Temer, sem citar o presidente estadunidense, Donald Trump, que foi alvo de críticas pela decisão de retirar o país do Acordo de Paris.
O Brasil prometeu reduzir emissão de gases em 37% até 2025, e em 43% até 2030, tendo como base o ano de 2005. Outro compromisso brasileiro é restaurar e reflorestas 12 milhões de hectares de florestas e ocupar a matriz energética nacional com 45% de energias renováveis.
O Acordo de Paris, que foi ratificado por Temer em setembro e entrou em vigor em novembro, foi regulamentado em decreto nesta segunda-feira. O governo defende que isso é mais uma sinalização do compromisso do Brasil com o pacto.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Se tivesse um mínimo de dignidade, Temer jamais aceitaria a presença de Eliseu Padilha em cerimônia relativa ao meio ambiente. O ministro responde a dois processos por crimes ambientais, no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso, onde mandou devastar uma extensa área de reserva ambiental para plantar capim e criar gado nelore. Nesta fazenda, a Polícia aprendeu 18 armas de fogo, inclusive rifles de mira telescópica. E não aconteceu nada ao ministro, cada vez mais prestigiado pelo ainda presidente da República. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Se tivesse um mínimo de dignidade, Temer jamais aceitaria a presença de Eliseu Padilha em cerimônia relativa ao meio ambiente. O ministro responde a dois processos por crimes ambientais, no Rio Grande do Sul e em Mato Grosso, onde mandou devastar uma extensa área de reserva ambiental para plantar capim e criar gado nelore. Nesta fazenda, a Polícia aprendeu 18 armas de fogo, inclusive rifles de mira telescópica. E não aconteceu nada ao ministro, cada vez mais prestigiado pelo ainda presidente da República. (C.N.)
05 de junho de 2017
Eduardo Barretto
O Globo
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