"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

MICHEL TEMER DEPÕE `POLICIA FEDERAL, APROXIMA-SE O FIM DA ESTRADA PARA ELE

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Derrocada de Temer é só uma questão de tempo
O ministro Edson Fachin – reportagem de Carolina Brígido e André de Souza, O Globo desta quarta-feira – acolheu a representação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e determinou que o presidente Michel Temer preste depoimento à Polícia Federal na condição de acusado no inquérito que focaliza mais acentuadamente efeitos de seu relacionamento próximo com Joesley Batista. O presidente da República vai receber perguntas por escrito e responder também por escrito, às questões formuladas.
Creio que o episódio não tenha antecedentes na história do Brasil: um presidente da República ser interrogado por um órgão do segundo escalão do próprio governo. O efeito político de tal obrigação é arrasador. E o efeito pode ser notado na foto de primeira página da Folha de São Paulo que integra a reportagem de Letícia Casado.
VÉSPERA DO DESFECHO – O desânimo reunindo João Dória, Michel Temer, Henrique Meirelles e Rodrigo Maia, por si só torna-se um documento histórico registrando praticamente a véspera de um desfecho. Michel Temer manifestou a Edson Fachin o desejo de não responder nada com base no vídeo gravado por Joesley Batista no Palácio Jaburu. Acha que só deve responder sobre a gravação sonora depois de esclarecida a dúvida levantada se a fita foi editada ou então reflete integralmente o diálogo de 40 minutos na noite de 7 de março.
Uma outra matéria publicada na Folha de São Paulo mostra que havia razões para que o dono da JBS pudesse ter acesso à residência presidencial com base apenas na identificação na placa do automóvel. Essa matéria registra, também com foto, a presença de Michel Temer no casamento de Joesley Batista com a jornalista Ticiana Villas Boas. Mas esta é outra questão.
SEM CONDIÇÕES – O fato essencial dominante é a perda praticamente total das condições políticas capazes de manter o atual governo. Vejam só a atitude do deputado Osmas Serraglio de recusar a nomeação para o Ministério da Transparência. Com isso Rocha Loures perde o direito a ser julgado no foro especial do STF. Seu destino seria a instância em que se encontra o juiz Sérgio Moro. No entanto, como o episódio da mala se vincula à investigação que atinge Michel Temer, também Rocha Loures terá seu destino decidido pela Corte Suprema.
Tal hipótese pode melhorar sua situação, mas piora a situação do presidente da República. Afinal de contas, Loures foi filmado pela Polícia Federal recebendo e correndo com a mala do emissário da JBS Ricardo Saud pela noite da cidade de São Paulo. Não transitou como está na música pela Avenida São João, porém transitou direto para a perda do mandato, aliás, como suplente da bancada do Paraná.
PRÓXIMO DO FIM – Aproxima-se o desfecho do desastre refletido no Palácio do Planalto. Daí a dificuldade de o presidente da República fazer nomeações para postos de relevância no Executivo. Porque os selecionados sabem que seus períodos serão curtos. Apenas Henrique Meirelles acredita que continuará à frente do Ministério da Fazenda seja qual for o personagem que completará o mandato que termina em dezembro de 2018 e que passa pelas eleições diretas para sucessão presidencial.
Falando ao Valor, edição de terça-feira, Paulo Rabello de Castro anunciou que vai destravar os créditos do BNDES. Difícil. Seu prazo será pequeno para uma tarefa tão grande.

01 de junho de 2017
Pedro do Coutto

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