Um portal brasileiro tem reproduzido matérias sensacionalistas de tabloides ingleses que mostram como as pessoas perderam completamente o pudor, ao falar de suas intimidades.
Reportagem assinada por uma jornalista brasileira aborda preconceitos e prazeres relacionados ao sexo anal, referindo-se ao ato sexual na forma popular.
Algumas moças são entrevistadas e dizem que se reservam a dar o dito cujo ao namorado como um “prêmio”.
Outra reportagem, disponível para acesso de quem quiser, trata de uma mulher que postou no Facebook informando sobre um acidente com um vibrador durante ato sexual com o namorado.
A predominância da ideologia dos desembestados acabou com toda e qualquer reserva pessoal, tudo tem de ser exposto e dito, a hora em que dormiu e acordou, como a pessoa está se sentindo, as discussões entre os casais, as transas sexuais e até as idas ao banheiro.
Se o ser humano evoluiu ao caminhar ereto e se afastar das excretas, parece que, com o acesso ilimitado aos meios de comunicação, especialmente às redes sociais, a besta do apocalipse se soltou, e a humanidade corre o risco de voltar a caminhar de quatro pés.
10 de abril de 2017
Miguel Lucena é delegado da Polícia Civil do Distrito Federal e jornalista.
Reportagem assinada por uma jornalista brasileira aborda preconceitos e prazeres relacionados ao sexo anal, referindo-se ao ato sexual na forma popular.
Algumas moças são entrevistadas e dizem que se reservam a dar o dito cujo ao namorado como um “prêmio”.
Outra reportagem, disponível para acesso de quem quiser, trata de uma mulher que postou no Facebook informando sobre um acidente com um vibrador durante ato sexual com o namorado.
A predominância da ideologia dos desembestados acabou com toda e qualquer reserva pessoal, tudo tem de ser exposto e dito, a hora em que dormiu e acordou, como a pessoa está se sentindo, as discussões entre os casais, as transas sexuais e até as idas ao banheiro.
Se o ser humano evoluiu ao caminhar ereto e se afastar das excretas, parece que, com o acesso ilimitado aos meios de comunicação, especialmente às redes sociais, a besta do apocalipse se soltou, e a humanidade corre o risco de voltar a caminhar de quatro pés.
10 de abril de 2017
Miguel Lucena é delegado da Polícia Civil do Distrito Federal e jornalista.
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Aos olhos mais atentos, o fenômeno exacerbado do facebook apenas abriu a porta de um corredor obscuro por onde transitam pessoas com as mais variadas síndromes, sobretudo os deprimidos, os solitários e outras afecções do nosso tempo.
Mas é preciso que se observe que tais despudores, tais necessidades, já faziam partes das novas doenças do nosso tempo, exaltadas, agora publicamente, pela tecnologia dessa rede-vitrine onde as pessoas se expõem impudentemente, sem qualquer constrangimento. Desnudam-se movidas por algum tipo de prazer mórbido, por se sentirem protegidas pelo anonimato de alguma máscara.
É inevitável assistir pessoas nos mais variados locais públicos, completamente absorvidas pelos seus celulares, conectados as redes sociais, recebendo e postando fotos, mensagens, ou simplesmente passeando pelas intimidades alheias. Um confessionário aberto ao público, um enorme voierismo... 'Venha, chegue mais, veja o que estou fazendo agora...'
Não há mais diálogos. A pessoa a sua frente terá talvez 2000 ou 3000 amigos virtuais, mas não é mais capaz de conversar ao vivo e a cores. Uma nova doença que certamente se tornará trágica para a convivência real do ser humano.
m.americo
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