Anastasia construiu uma cidade-fantasma no interior |
Funcionários do governo de Minas Gerais combinaram depoimentos e alterações de documentos durante investigações que apuravam suspeitas de desvios de recursos públicos e direcionamento de licitação, apontam escutas telefônicas feitas pelo Ministério Público mineiro com autorização da Justiça. Além de servidores, foram gravados telefonemas de empresários e engenheiros investigados na Operação Aequalis, que levou o ex-presidente do PSDB de Minas Narcio Rodrigues à prisão em maio do ano passado. Os autos do inquérito foram obtidos pela Folha.
Para a Promotoria, os envolvidos “tentaram frustrar” auditoria da CGE (Controladoria-Geral de Minas) sobre as obras do complexo “Cidade das Águas”, iniciadas pela fundação estatal Hidroex em Frutal (Triângulo Mineiro) na gestão do tucano Antonio Anastasia (2010-2014).
“RELATO UNIFORME” – Os funcionários e empresários falam em “orientar os outros”, “coordenar” os intimados a dizerem “isso, isso e isso” e ainda “dar uma nivelada na prosa” –expressão que o Ministério Público entende como “eufemismo claramente utilizado para referir à elaboração de um relato uniforme do caso”.
Os grampos do Ministério Público tiveram como alvos o próprio Narcio, que era secretário de Ciência e Tecnologia de Minas quando a Cidade das Águas começou a ser construída, o subsecretário da pasta, Vicente Gamarano, e funcionários do Deop (Departamento de Obras Públicas) e da CWP (Construtora Waldemar Polizzi), responsável pelas obras.
A construtora teve como donos parentes de Anastasia até quatro meses antes de ele assumir o governo, em 2010. Em uma das conversas interceptadas, Maurílio Reis Breta, sócio da CWP, disse a um interlocutor identificado apenas como Juliano, que se preocupava que outro sócio da construtora, José Maria Azevedo, e o engenheiro responsável pela obra, Waldemar Polizzi, também haviam sido intimados. Segundo ele, os dois eram “frouxos demais”. Polizzi é primo de Anastasia.
ORIENTANDO OS PARCEIROS – Após depor, Breta marcou reunião para “orientar os outros parceiros” que falariam depois dele. No Deop, a gerente de licitação Leila Cristina Nunes Netto recebeu telefonemas de colegas que diziam ter “medo” e “desespero” com a situação. Ao ouvir de um interlocutor do Deop, identificado como Fernando, que houve combinação de depoimentos na investigação das obras na penitenciária Nelson Hungria, ela afirma que na atual investigação do Hidroex “já fizeram” tal acerto.
A CGE identificou desvios de R$ 8,7 milhões nas obras do complexo sob responsabilidade da CWP. Os suspeitos procurados pela reportagem negam as acusações.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Anastasia tem jeito de otário, ganhou fama de gerentão no governo de Aécio, mas é apenas mais um vigarista tucano em cima do muro da corrupção. Para distribuir dinheiro à sua famiglia, Anastasia construiu essa “Cidade das Águas”, um gigantesco laboratório-escola destinado a estudar sofisticadas questões relacionadas com a água. Uma idéia bestial, num Estado cheio de problemas de saneamento básico, que precisa de adutoras e de instalar simples canos de esgoto. Foram gastos mais de 200 milhões nessa brincadeira sem graça e agora os equipamentos importados estão apodrecendo sem utilização. Num país minimamente sério, Anastasia seria algemado diante das câmeras de TV e conduzido à penitenciária mais próxima, junto com os membros de sua famiglia que se dedicam à construção civil e gostam de beber água limpa nas fontes dos cofres públicos. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Anastasia tem jeito de otário, ganhou fama de gerentão no governo de Aécio, mas é apenas mais um vigarista tucano em cima do muro da corrupção. Para distribuir dinheiro à sua famiglia, Anastasia construiu essa “Cidade das Águas”, um gigantesco laboratório-escola destinado a estudar sofisticadas questões relacionadas com a água. Uma idéia bestial, num Estado cheio de problemas de saneamento básico, que precisa de adutoras e de instalar simples canos de esgoto. Foram gastos mais de 200 milhões nessa brincadeira sem graça e agora os equipamentos importados estão apodrecendo sem utilização. Num país minimamente sério, Anastasia seria algemado diante das câmeras de TV e conduzido à penitenciária mais próxima, junto com os membros de sua famiglia que se dedicam à construção civil e gostam de beber água limpa nas fontes dos cofres públicos. (C.N.)
12 de março de 2017
José Marques e Flávio Ferreira
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