Auxiliares do presidente Michel Temer avaliam que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, deve prolongar sua licença médica após ter se submetido a uma cirurgia para a retirada da próstata. A expectativa era a de que Padilha voltasse ao trabalho na próxima segunda-feira (6), mas assessores de Temer acreditam que ele não terá condições de retomar as atividades no Palácio do Planalto apenas sete dias após o procedimento cirúrgico a que foi submetido em Porto Alegre na segunda-feira (27).
Na terça (7), Padilha participaria, ao lado do ministro Henrique Meirelles (Fazenda), da reunião do chamado “Conselhão”, para discutir, com empresários e representantes da sociedade civil, novas medidas econômicas para tirar o país da crise.
No Palácio do Planalto, porém, o discurso é o de que Padilha não conseguiria enfrentar a agenda, sentado, após ter passado pela cirurgia.
PACOTE DE FUNARO – Um dos principais assessores de Temer, Padilha pediu licença do cargo no governo na quinta (23) para passar pelo procedimento cirúrgico. O afastamento se deu no mesmo dia em que seu nome foi implicado na Lava Jato pelo advogado José Yunes, amigo e ex-assessor de Temer, sobre a entrega de um pacote por um operador ligado ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Em depoimento à Procuradoria-Geral da República no último dia 14, e também em entrevista à Folha, Yunes afirmou ter recebido, a pedido de Padilha em 2014, um “pacote” em seu escritório, entregue por Lúcio Bolonha Funaro, operador ligado ao ex-deputado.
A versão coincide com trechos da delação de Cláudio Melo Filho, ex-diretor da Odebrecht, de que Padilha orientou entregar a Yunes parte de R$ 10 milhões negociados entre a empreiteira e Temer para a eleição de 2014.
LICENÇA PROLONGADA – Segundo auxiliares e ministros do governo, caso a licença de Padilha seja mesmo prolongada, o presidente não tomaria nenhuma atitude precipitada – como substituí-lo à frente da Casa Civil – até que fosse finalizado o período de afastamento.
Mas esse tempo, por ora indeterminado, serviria para que o Temer pudesse calcular o dano de perder outro de seus principais assessores.
No mês passado, o presidente anunciou publicamente uma linha de corte para os integrantes de seu governo que, assim como ele, são citados na Lava Jato. Caso seja denunciado, o auxiliar será afastado temporariamente de seu cargo. Se virar réu, demitido. Padilha, porém, ainda não se encaixa nessas duas condições.
UMA RASPAGEM – Na semana passada, auxiliares de Temer foram informados de que a cirurgia de Padilha seria uma “raspagem” da próstata que, em seguida, afirmam os assessores, evoluiu para a retirada completa do órgão.
A previsão era a de que o ministro recebesse alta do hospital Moinhos de Ventos, na capital gaúcha, nesta quarta-feira (1º). A alta, foi prorrogada, segundo assessores, por “precaução”.
Contrariando a aposta dos auxiliares de Temer, Padilha tem dito a aliados que vai manter o cronograma inicial. Promete que na, segunda-feira (6), retomará o comando da Casa Civil e estará despachando em seu gabinete no quarto andar do Palácio do Planalto.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O caso médico de Padilha virou um mistério. As informações se contradizem. Em Porto Alegre, o jornal Zero Hora não diz nada, está fechado em copas. O Estadão, também. Já a Folha continua dizendo que Padilha está disposto a voltar ao trabalho na segunda-feira, mas a repórter já especula que a licença pode ser prolongada. O Globo comenta que a operação foi mais “invasiva” do que se esperava, mas ainda informa que no começo da noite desta quarta-feira “Padilha deu demonstrações de que poderá voltar no dia originalmente previsto”, uma informação falsa, passada pela “assessoria” do ministro, que não tem a menor credibilidade. A volta de Padilha na segunda-feira só pode ser veiculada como Piada do Ano, mas não vai concorrer ao cobiçado troféu, porque não tem a menor graça. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O caso médico de Padilha virou um mistério. As informações se contradizem. Em Porto Alegre, o jornal Zero Hora não diz nada, está fechado em copas. O Estadão, também. Já a Folha continua dizendo que Padilha está disposto a voltar ao trabalho na segunda-feira, mas a repórter já especula que a licença pode ser prolongada. O Globo comenta que a operação foi mais “invasiva” do que se esperava, mas ainda informa que no começo da noite desta quarta-feira “Padilha deu demonstrações de que poderá voltar no dia originalmente previsto”, uma informação falsa, passada pela “assessoria” do ministro, que não tem a menor credibilidade. A volta de Padilha na segunda-feira só pode ser veiculada como Piada do Ano, mas não vai concorrer ao cobiçado troféu, porque não tem a menor graça. (C.N.)
02 de março de 2017
Marina Dias
Folha
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