Artigo do economista Nivaldo Cordeiro, no site Mídia Sem Máscara que transcrevo após este prólogo é muito oportuno ao separar muito bem dois conceitos distintos: globalização e globalismo. Aliás, esse tema tem sido recorrente aqui no blog. Tenho tratado disso em inúmeros artigos, mormente aqueles analisando a campanha presidencial americana. Todavia o artigo em tela contribui muito para o entendimento mais apurado desses dois conceitos.
O tema jamais é abordado pela grande mídia que aliás já baniu do noticiário palavras como 'comunismo' como se essa deletéria ideologia estivesse desaparecido, ainda que aqui mesmo no Brasil partidos se declaram comunistas como o PCdoB, por exemplo, enquanto outros se escondem nas siglas PT, PSTU, Rede Sustentabilidade e por aí vai.
Assim, a grande mídia, controlada totalmente pelos comunistas segue escamoteando tudo aquilo que é essencial para entender o que de fato está acontecendo no mundo. Por isso o artigo de Cordeiro é essencial para entender o que é globalismo. Entendendo o conceito é possível então compreender essa funesta jogada dos ditos globalistas, os neocomunistas do século XXI. Leiam que vale a pena:
O noticiário diário, controlado por pessoas ideologicamente comprometidas com as ideias da esquerda, fala-nos de globalização como se o léxico tivesse um único significado. Com efeito, quando falam em globalização normalmente os órgãos de imprensa se referem a aspectos do comércio internacional e transações financeiras, movimento de pessoas e imigração, sem dar maiores explicações sobre outras coisas que estão implícitas na expressão. Quase nunca se vê no noticiário o aspecto político da outraglobalização, aquela que propõe a integração política de todas as nações do Globo e a extinção equivalente dos Estados nacionais como entidade autônoma.
Esse processo político é, na verdade, a maior ameaça que paira sobre a humanidade desde a origem, uma vez que tal entidade política mundial não poderia ser outra coisa que não uma ditadura de uma elite burocrática iluminada que governaria acima e além dos anseios de liberdade das pessoas. Seria uma ditadura de fazer empalidecer qualquer outra do passado, desde a estrutura imperial do antigo Egito. O próprio processo de fazer desaparecer as instâncias autônomas nacionais não poderia ser pacífico, pois precisariam ter suas forças de defesa destruídas. A campanha eleitoral que se desenvolve nos EUA no momento trouxe à baila o embate das forças antagônicas em luta, Hillary representando a elite globalista que propõe o governo mundial – na verdade, uma ditadura policial feroz sobre toda a gente – e Trump representando as forças que defendem a autonomia das instâncias nacionais.
Uma boa verbalização desses (maus) propósitos pode ser lida na encíclica Laudato Si, do Papa Francisco, que predica, a propósito da questão ambiental, tão cara aos globalistas:
“174. Mencionemos também o sistema de governança dos oceanos. Com efeito, embora tenha havido várias convenções internacionais e regionais, a fragmentação e a falta de severos mecanismos de regulamentação, controle e sanção acabam por minar todos os esforços. O problema crescente dos resíduos marinhos e da protecção das áreas marinhas para além das fronteiras nacionais continua a representar um desafio especial. Em definitivo, precisamos de um acordo sobre os regimes de governança para toda a gama dos chamados bens comuns globais.
175. A lógica que dificulta a tomada de decisões drásticas para inverter a tendência ao aquecimento global é a mesma que não permite cumprir o objectivo de erradicar a pobreza. Precisamos duma reacção global mais responsável, que implique enfrentar, contemporaneamente, a redução da poluição e o desenvolvimento dos países e regiões pobres.
O século XXI, mantendo um sistema de governança próprio de épocas passadas, assiste a uma perda de poder dos Estados nacionais, sobretudo porque a dimensão económico-financeira, de carácter transnacional, tende a prevalecer sobre a política. Neste contexto, torna-se indispensável a maturação de instituições internacionais mais fortes e eficazmente organizadas, com autoridades designadas de maneira imparcial por meio de acordos entre os governos nacionais e dotadas de poder de sancionar.
O papa não esconde sua crítica ao “sistema de governança próprio de outras épocas”, ou seja, o Estado nacional como ele é. Defender “instituições internacionais mais fortes e eficazmente organizadas” não passa da defesa explícita desse totalitarismo mundial nascente. Não espanta que o chefe da Igreja Católica se sinta tão à vontade para defender tal alucinação política, pois a Igreja foi invadida e tomada pelas ideias comunistas desde meados do século passado, assassinado dessa forma sua própria tradição. O Papa Francisco é o apogeu, o epitome desse processo, fazendo da Igreja Católica a vanguarda das forças “progressistas” que pugnam pela globalização. Não preciso dizer que isso significa a auto destruição da instituição romana e a negação de seu papel teológico, a simples subordinação do pontífice e da própria Igreja ao reino desse mundo, tão denunciado nos textos evangélicos.
DESFAZENDO A CONFUSÃOEssa globalização que está em pauta, tão deletéria e perigosa, esconde outra, que ocorreu principalmente desde o século XIX, que é a integração econômica. Veja-se que esta globalização não implica naquela outra defendida por Hillary Clinton e pelo papa. Aliás, ela foi obra da Inglaterra, cuja Coroa aceitou os preceitos dos grandes economistas do Reino Unido daquele século, notadamente Smith e Ricardo.
Aceitar a globalização à inglesa, que é o pressuposto da prosperidade econômica, não implica em defender a globalização política. Ao contrário, os ingleses de ontem e os de hoje se irmanaram para a defesa de seu Estado nacional na histórica votação do Brexit. Deram um sonoro “Não!” ao governo mundial, o que todos os países deveriam fazer de forma expedita. As eleições nos EUA colocam a disputa nos mesmos termos e é evidente que o triunfo eventual de Hillary Clinton seria um passo gigantesco no rumo da ditadura policial globalista.
Embaralhar o significado das coisas é a arte de engodo dos globalistas, a começar mesmo pelo significado da palavra globalização. Ela é boa e bem vinda nos termos de Smith e Ricardo. Ela é nefasta e deletéria nos termos papais e da candidata Hillary Clint. Nunca foi tão atual a advertência do Cristo ao dizer: “Orai e vigiai”. A ameaça satânica do “reino desse mundo”, a Babilônia do Apocalipse, nunca foi tão presente.
Quem viver verá.
27 de outubro de 2016
in aluizio amorim
O papa não esconde sua crítica ao “sistema de governança próprio de outras épocas”, ou seja, o Estado nacional como ele é. Defender “instituições internacionais mais fortes e eficazmente organizadas” não passa da defesa explícita desse totalitarismo mundial nascente. Não espanta que o chefe da Igreja Católica se sinta tão à vontade para defender tal alucinação política, pois a Igreja foi invadida e tomada pelas ideias comunistas desde meados do século passado, assassinado dessa forma sua própria tradição. O Papa Francisco é o apogeu, o epitome desse processo, fazendo da Igreja Católica a vanguarda das forças “progressistas” que pugnam pela globalização. Não preciso dizer que isso significa a auto destruição da instituição romana e a negação de seu papel teológico, a simples subordinação do pontífice e da própria Igreja ao reino desse mundo, tão denunciado nos textos evangélicos.
DESFAZENDO A CONFUSÃOEssa globalização que está em pauta, tão deletéria e perigosa, esconde outra, que ocorreu principalmente desde o século XIX, que é a integração econômica. Veja-se que esta globalização não implica naquela outra defendida por Hillary Clinton e pelo papa. Aliás, ela foi obra da Inglaterra, cuja Coroa aceitou os preceitos dos grandes economistas do Reino Unido daquele século, notadamente Smith e Ricardo.
Com efeito, a globalização econômica transfere a toda a humanidade os benefícios da divisão do trabalho e da elevação da produtividade automaticamente, via mecanismos de preços, fato que, para demonstrar, demandou o esforço teórico daqueles grandes gênios da ciência econômica. Sem ela, o mundo se entraria ainda em meio à miséria dos tempos antigos.
Aceitar a globalização à inglesa, que é o pressuposto da prosperidade econômica, não implica em defender a globalização política. Ao contrário, os ingleses de ontem e os de hoje se irmanaram para a defesa de seu Estado nacional na histórica votação do Brexit. Deram um sonoro “Não!” ao governo mundial, o que todos os países deveriam fazer de forma expedita. As eleições nos EUA colocam a disputa nos mesmos termos e é evidente que o triunfo eventual de Hillary Clinton seria um passo gigantesco no rumo da ditadura policial globalista.
O globalismo político exige o sacrifício das particularidades culturais e políticas dos povos que hoje estão sob o abrigo de seus próprios estados nacionais, que sempre foram usados para defender exatamente essa independência e particularidades. Por isso o inimigo principal dos globalistas políticos é o Estado nacional ele mesmo. Desde 1945 estão homogeneizando passo a passo os marcos jurídicos nacionais. Nós mesmos aprovamos, como se emeda constitucional (Emenda Constitucional 45) fosse, de forma automática, ditames de instâncias coletivas internacionais.
Direitos humanos plásticos e elásticos que mudam permanentemente e que, mais das vezes, nem direitos humanos são, inclusive com o tema bisonho do ambientalismo, se tornaram o flagelo da nossa gente nas decisões do STF desde então. É com esse truque verbal que os globalistas estão avançando de forma inexorável, daí a importância histórica do Brexit e das eleições nos EUA.
Embaralhar o significado das coisas é a arte de engodo dos globalistas, a começar mesmo pelo significado da palavra globalização. Ela é boa e bem vinda nos termos de Smith e Ricardo. Ela é nefasta e deletéria nos termos papais e da candidata Hillary Clint. Nunca foi tão atual a advertência do Cristo ao dizer: “Orai e vigiai”. A ameaça satânica do “reino desse mundo”, a Babilônia do Apocalipse, nunca foi tão presente.
Quem viver verá.
27 de outubro de 2016
in aluizio amorim
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