"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

MARCELO NETTO. MARCELO NETTO.

Com a prisão de Antônio Palloci, resgatamos uma coluna de Diogo Mainardi publicada na revista Veja em 2006 em que ele revela como a imprensa se aliou ao PT para destruir o caseiro Francenildo.

Marcelo Netto, Marcelo Netto

Marcelo Netto. O nome dele é Marcelo Netto. Repetindo: Marcelo Netto, Marcelo Netto, Marcelo Netto, Marcelo Netto.

Os jornais passaram a semana inteira tentando descobrir quem violou o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Está certo. Precisamos de uma resposta urgente. Os mandantes do crime – todos eles – devem ser exemplarmente punidos. Com demissão. Com cadeia. Com tomatadas e ovadas no cocuruto. É uma questão fundamental para o país. Pena que eu não seja a pessoa mais indicada para tratar de questões fundamentais. Pelo contrário. Meu negócio são as questões menores. E, no caso, há uma questão menor que, por dias e dias, os jornais preferiram escamotear: o nome de quem passou à imprensa o extrato bancário do caseiro. Em todas as reportagens publicadas ao longo da semana, sua identidade foi cuidadosamente resguardada pelos jornalistas, sempre com a mesma fórmula. “Quem deu publicidade aos dados bancários do caseiro foi um assessor de Palocci.” Ou: “Na quinta-feira, os dados teriam sido encaminhados a um assessor especial do ministro”. Ou: “Na sexta-feira, um assessor do Ministério da Fazenda já difundia a suspeita de que o caseiro poderia ter recebido dinheiro para acusar Palocci”. Ou: “Naquela mesma noite, cópias do extrato do caseiro circularam junto aos assessores do ministro”. Ou: “Uma fonte mantida no anonimato passou a dois jornalistas de Época o extrato de sua conta bancária”.

Quem difundiu o extrato bancário do caseiro foi o assessor de imprensa de Palocci, Marcelo Netto. Desde a semana passada, todos os jornalistas sabiam disso. Mas nenhum se animou a denunciá-lo. Marcelo Netto é jornalista. E jornalistas não denunciam jornalistas. Exatamente da mesma maneira que deputados não cassam deputados. O escandaloso acobertamento do nome de Marcelo Netto, porém, foi muito mais do que um simples ato de canalhice ou de coleguismo – foi prejudicial ao próprio trabalho da imprensa. Marcelo Netto tem de ser investigado a fundo. Ele pode explicar a origem dos dados sigilosos sobre o caseiro. Ele pode explicar quando Lula foi informado sobre o caso, se antes ou depois de ser veiculado pela imprensa. Ele pode explicar, por fim, o caminho que o extrato bancário tomou a partir do momento em que foi parar em suas mãos. Um dos filhos de Marcelo Netto, Matheus Leitão, é repórter da Época. O chefe da sucursal da revista em Brasília, Gustavo Krieger, mandou-o correr atrás do material sobre o caseiro. Ele correu. E a Época o publicou. O episódio é ilustrativo dos esquemas de aliciamento, apadrinhamento e cumplicidade do petismo. Um protege o outro. Um defende o outro. Um conluia com o outro. Um contrabandeia mercadoria ilícita para o outro. Toda essa história surgiu porque o caseiro Francenildo Costa não sabia quem era seu pai. O jornalista Matheus Leitão sabe perfeitamente quem é o seu. É Marcelo Netto. Repetindo: Marcelo Netto, Marcelo Netto, Marcelo Netto, Marcelo Netto (O ex-assessor de Palocci, Marcelo Netto)


30 de setembro de 2016
arca reaça

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