"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

MARISA LETÍCIA, LULINHA E OS "DONOS" DO SÍTIO DE ATIBAIA SÃO INTIMADOS A DEPOR



Força-tarefa da Lava Jato aperta o cerco à família de Lula


















A mulher do ex-presidente Lula, Marisa Letícia, e seu filho, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, foram intimados a depor pela Polícia Federal no processo que investiga a ligação de Lula com um sítio na cidade de Atibaia. Dois sócios de Lulinha que aparecem como proprietários do sítio em Atibaia, Fernando Bittar e Jonas Suassuna, também foram intimados.
A Polícia Federal entrou em contato com a defesa de Marisa Letícia e Fábio Luís na última quinta-feira, mas não obteve retorno. O advogado de Jonas Suassuna afirmou que conversaria com seu cliente em relação à intimação. O depoimento de Fernando Bittar já foi marcado.
O pedido foi feito na última quinta-feira, mas foi anexado ao processo apenas esta semana. A PF também pediu a seus peritos a análise do patrimônio de Lulinha, Fernando Bittar, Jonas Suassuna e de outro filho de Lula, Luís Cláudio.
EVOLUÇÃO PATRIMONIAL – A Polícia Federal questiona se há compatibilidade na movimentação financeira e na evolução patrimonial dos investigados com seus rendimentos declarados. Quanto a Bittar e Suassuna, o delegado pediu exame que apure se os dois possuíam lastro patrimonial para a aquisição e reformas do sítio em Atibaia. O terreno do imóvel é dividido em duas propriedades, cada uma em nome de Fernando Bittar e Jonas Suassuna.
Em relação à Lulinha e Luís Cláudio, a Polícia Federal pediu uma análise que apure se ambos possuem registros do pagamento de aluguel de dois imóveis. Em relação à Lulinha, o imóvel investigado é um apartamento na zona sul de São Paulo. O imóvel está registrado em nome de Jonas Suassuna, sócio de Lulinha. Suassuna é sócio de Fábio Luís na BR4 Participações, enquanto Fernando Bittar é sócio de Lulinha na G4 Entretenimento.
DEPOIMENTOS – Outros depoimentos realizados no âmbito da investigação também foram anexados ao processo. Entre eles, está o de Celso Silva Vieira Prado, que trabalha com a família Bittar há mais de 20 anos. Fernando Bittar é filho de Jacó Bittar, um dos fundadores do PT. Prado afirmou em depoimento que faz visitas constantes às propriedades da família, mas não conhecia o sítio registrado em nome de Fernando Bittar na cidade de Atibaia e que, apesar das visitas rotineiras às propriedades da família, suas visitas não incluíam o sítio de Atibaia.
Em seu depoimento, prestado em março passado à PF durante a Operação Alethea, Rogério Pimentel, ex-assessor da Presidência, confirmou ter pegado envelopes com dinheiro das mãos do engenheiro Frederico Barbosa, por duas vezes, para pagar materiais de construção usados na obra do sítio, mas afirmou não saber que ele era funcionário da Odebrecht.
Pimentel confirmou ter recebido um pedido de dona Marisa para acompanhar o andamento das obras do sítio de Atibaia, mas disse que nunca ouviu alguém dizer que a propriedade era da família Lula. Para ele, o sítio era de Fernando Bittar, amigo da família, e o interesse de dona Marisa era vinculado à necessidade de ter onde guardar os presentes que Lula ganhou durante seus dois mandatos como presidente.
FAZENDO “FAVOR” – Ele negou saber quem pagou pela instalação de um gerador e de uma estação de tratamento de esgoto no sítio e afirmou que, mesmo depois de exonerado do cargo, em junho de 2012, voltou ao sítio, a pedido de dona Marisa, para receber cerca de 70 caixas de vinho do ex-presidente, a título de “favor”, já que havia sido o responsável pelo recebimento da mudança do casal de Brasília para São Paulo em 2011, no término do mandato.
O processo investiga a propriedade e reforma de um sítio em Atibaia. A propriedade aparece em nome de Jonas Suassuna e Fernando Bittar, no entanto, o Ministério Público suspeita que o sítio seja de Lula. Em relação à reforma, o MP afirmou que há indícios de que a Odebrecht, a OAS e a Usina São Fernando participaram da reforma.
Em laudo realizado pela Polícia Federal, os peritos afirmaram que o ex-presidente Lula e sua mulher, dona Marisa Letícia, orientaram a reforma da cozinha da propriedade, no valor de R$ 252 mil. De acordo com a análise realizada pela PF, as reformas na propriedade custaram R$ 1,2 milhão.
De acordo com o laudo, os investimentos são discordantes em relação aos rendimentos e bens declarados no imposto de renda de um dos supostos proprietários do sítio, Fernando Bittar. A Polícia Federal, no entanto, admitiu que se faz necessária a realização de exames periciais contábeis específicos para apurar a evolução patrimonial de Fernando Bittar.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Além de Lula, mulher e filhos, também os “donos” do sítio, incluindo o ex-prefeito Jacó Bittar, vão ser incriminados como cúmplices de ocultação de patrimônio (lavagem de dinheiro) e fatalmente serão condenados, caso não façam delação premiada. (C.N.)


09 de agosto de 2016
Dimitrius Dantas
O Globo

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