"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

ODEBRECHT TENTA DESMENTIR A MULHER DO MARQUETEIRO


Ela nem sabe quanto a Odebrecht pagou…


























A empresária Mônica Regina Cunha Moura, mulher e sócia do publicitário João Santana, ambos presos na Operação Acarajé, 23.ª fase da Lava Jato, declarou à Polícia Federal que em 2011 “foi orientada” a procurar Fernando Migliaccio, então executivo da Odebrecht e apontado pelos investigadores como pagador de propinas da empreiteira no exterior, para receber parte de valores referentes à campanha da reeleição de Hugo Chávez (morto em 2013) na Venezuela. O dinheiro foi depositado na conta Shellbill Finance, que João Santana abrira em 1998 na Suíça. Mas a Odebrecht negou este fato e distribuiu um comunicado do seguinte teor: “A Construtora Norberto Odebrecht desconhece as tratativas mencionadas por Mônica Moura em seu depoimento.”
Segundo Mônica, a campanha chavista teve “um alto custo”, US$ 35 milhões. Ela admitiu que “grande parte desse valor foi recebida de maneira não contabilizada”.
A empresária afirmou que, “diante das dificuldades de pagamento”, vários doadores efetuavam repasses. Ela definiu Migliaccio como “um executivo da Odebrecht no Brasil que colaboraria no custeio de parte da campanha (de Chávez)“.
Migliaccio foi preso no dia 17 de fevereiro em Genebra tentando fechar contas bancárias. Ele é alvo da Acarajé que lhe atribui o controle de empresas offshores relacionadas ao Grupo Odebrecht. Essas offshores teriam sido usadas para pagamentos de valores ilícitos e lavagem de dinheiro. Uma delas seria a Klienfeld.
CONTA SHELLBILL
Segundo Mônica, a partir de 2011 ocorreu a maior movimentação na conta Shellbill Finance. Aquele ano, disse, foi marcado por três grandes campanhas presidenciais, Hugo Chávez (Venezuela), José Eduardo Santos (Angola) e Danilo Medina (República Dominicana).
Mônica declarou à Polícia Federal que foi firmado um “contrato fictício” com a offshore Klienfeld e que “acredita que os valores pagos pela Odebrecht no exterior alcançam aproximadamente três a quatro milhões de reais”.
Disse que “nunca tratou com o empresário Marcelo Odebrecht” – preso na Lava Jato desde junho de 2015 – “sobre campanhas e pagamentos” por meio da Shellbill Finance “ou qualquer outro negócio”. Mas admitiu que “sempre se encontrou com Fernando Migliaccio em São Paulo, tanto na sede da Odebrecht como em locais públicos”.
Contou que assinou contrato com Migliaccio “relacionado à offshore Klienfeld”. E disse que nunca recebeu qualquer pagamento em espécie por parte da Odebrecht e não sabe qual o montante recebido por parte da Odebrecht “uma vez que os pagamentos se deram por meio de offshore.”
ELEIÇÕES NO BRASIL
Mônica negou que pagamentos por ele realizados tenham qualquer relação com campanhas eleitorais no Brasil. “Nega ter recebido qualquer valor em espécie no Brasil por parte da Odebrecht.”
Afirmou que ela e o marido “só atuam no marketing eleitoral e que os principais clientes, no Brasil, são o PT, o PDT e o PMDB”.
Mônica Moura disse, ainda, que “deixou de declarar suas contas no exterior pois aguardava a promulgação de eventual lei de repatriação de valores, o que retiraria o caráter ilícito da manutenção da conta na Suíça em nome da Shellbill Finance”.
“Em todas as suas campanhas, não fosse por imposição dos contratantes, preferia que fosse tudo contabilizado”, afirmou.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Os depoimentos são peças de ficção. Santana não sabia de nada, porque era Mônica quem cuidava do dinheiro do Tio Patinhas. E ela não recorda quanto a Odebrecht depositou na Shellbill, “uma vez que os pagamentos se deram por meio de offshore”. Por fim, a nova Soninha Toda Pura disse que só aceitava receber em Caixa 2 porque os contratantes assim o exigiam. Com esse tipo de declarações, o casal ainda espera ser libertado hoje ou amanhã… (C.N.)

26 de fevereiro de 2016
Fausto Macedo e Ricardo Brandt
Estadão

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