"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 3 de janeiro de 2016

O NÓ QUE NINGUÉM DESATA


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Charge de Ivan Cabral (reprodução de Charge Online)




















Perguntaram a um cidadão o que fazer diante da incompetência do governo em enfrentar o desemprego, a alta dos impostos, o custo de vida, a falta da habitação, da alimentação, do transporte, saúde e educação. 

A resposta veio com a Constituição: aumentem o salário mínimo. Pelo menos, está escrito que deve bastar para atender essas necessidades do trabalhador e de sua família.
A presidente Dilma acaba de elevar o salário mínimo para 886 reais. Aumentou 100 reais. Adiantou? Algum sindicato comemorou? Assistimos passeatas, manifestações, agradecimentos populares?
A distância entre as necessidades e os meios para atendê-las não só continua a mesma: aumentou. Tornou maiores as agruras de quem se obriga a enfrentar a sobrevivência da família, abandonada entre a miséria e o desespero.
Já se imaginou Madame forçada a limitar com o salário mínimo suas despesas de todos os dias? Mesmo se supondo atendida pelo poder público nas carências imprescindíveis a permanecer viva, duraria uma semana?
Aproxima-se o nó que ninguém desata. A quem recorrer? Se o salário mínimo revela-se inócuo, amorfo e inodoro, deve ser descartado. Não dá para aplicá-lo como solução, mesmo se for multiplicado. Substituí-lo pela aplicação do princípio de que a cada um deve ser dado conforme suas necessidades faz introduzir o egoísmo na equação. Selecionar e descriminar quem deve e quem não deve ser privilegiado só aumenta as contradições.
Sendo assim, emerge apenas uma saída: apostar apenas no salário mínimo estendido a todos. E negado a muitos.

03 de janeiro de 2016
Carlos Chagas

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