"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 26 de dezembro de 2015

DESORIENTADO, GOVERNO NÃO SABE COMO ESCAPAR DA RECESSÃO



Charge de Fernando Cabral (reprodução da internet)


















O governo está enganado, mais uma vez. Não há a menor possibilidade de reverter o quadro de recessão da economia brasileira despejando US$ 120,0 bilhões no mercado de crédito via bancos públicos, simplesmente porque as famílias e as empresas que formam o mercado de consumo estão com seus orçamentos esgotados, estão endividadas, isto é, os recursos das famílias e das empresas, estão sendo direcionados para, além do pagamento das despesas de manutenção cotidiana, para o pagamento de dívidas já contraídas. Qualquer expansão de crédito subsidiado servirá, apenas, para cambiar de uma dívida com juros maiores para uma dívida com juros menores. Não provocaria, de maneira alguma, novo ciclo de expansão sustentada do consumo. Tratar-se-ia de novo engodo eleitoreiro.
Além disso, despejar agora US$120,0 bilhões no mercado seria suicídio a médio prazo, haja vista a enorme necessidade de controlar a inflação que já está, neste momento, na casa dos dois dígitos. Esse montante de recurso despejado no mercado traria maior pressão inflacionária uma vez que aumentaria o volume de dinheiro em circulação – quanto maior é a quantidade de dinheiro circulando na economia, maiores são as pressões inflacionarias -, e esta expansão da liquidez empurraria a carestia mais para cima, ainda; não sei se ao nível de 20% ao ano. Talvez algo próximo a isto. Mas, com certeza empurraria a solução do problema do controle fiscal para frente, aumentaria o tempo necessário para a realização do necessário ajuste fiscal, aumentando o sofrimento da população com a maior extensão da crise econômica.
DESCONTROLE CAMBIAL
Além do mais, quanto menor é a quantidade de reservas, mais próximos de um descontrole cambial estaremos, porque, quanto menor a quantidade de uma moeda em uma economia, maior é a tendência de se valorizar. Portanto, maior seria a valorização do dólar, aumentando ainda mais as pressões inflacionárias sobre o volume importado.
A sugestão de usar parte das reservas cambiais com este propósito só pode partir de mentes doentes, inconsequentes, psicopáticas que invertem o sentido da existência da nossa sociedade e a enxerga como uma ferramenta, um utilitário para proporcionar o bem-estar próprio – do grupo político e ideológico que está no poder e das famílias que constituem este mesmo grupo político, e que estão dispostos a fazer de tudo para se perpetuarem no poder e dele continuarem a usufruir de suas benesses.
ESCAMOTEANDO…
Tratar-se-ia de nova tentativa de escamotear a grave situação econômica que nos alcança, da mesma forma que Dilma e Mantega fizeram represando os preços administrados e liberando vultosos recursos do Tesouro Nacional para o BNDES, tudo para falsear o patamar inflacionário e escamotear a falta de produtividade e competitividade da economia brasileira. Tudo feito para criar números artificiais, para enganar a opinião pública, ludibriar debates e vencer, na base do populismo, o pleito eleitoral.
A única finalidade com  que parte dessas reservas poderia ser usada é para liquidar, também, parte da dívida pública federal, atenuando o impacto dos juros da dívida sobre o orçamento, sobre as contas públicas. 1/3 das reservas poderia ser utilizada para amortizar parte equivalente da dívida, diminuindo a incidência de juros sobre as contas públicas. E, só.
Mas isso nunca deveria ocorrer sem o devido acompanhamento de um eficiente ajuste fiscal que levasse ao equilíbrio perene as contas do governo. Porque é medida apenas paliativa, que não sana o círculo vicioso do endividamento público, não nos tira da armadilha de liquidez monetária e nem nos liberta, também, da armadilha fiscal que Lula, Dilma e Mantega nos meteram.

26 de dezembro de 2015
Wagner Pires

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