"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

CAOS NA SAÚDE COMPROVA O DESABAMENTO DO GOVERNO PEZÃO



Charge do Felipe (reprodução de achargedofelipe.blogspot.com)

























O governo Luiz Fernando Pezão, sem dúvida, desabou logo na primeira etapa da investidura do próprio, consequência, não só da falta de recursos financeiros, mas da ausência administrativa total em matéria de previsão e seleção de prioridades. A reportagem de Rafael Nascimento, O Globo, edição de 23, quarta-feira, ilumina com nitidez o trágico panorama na área fundamental da saúde pública. Relaciona nada menos que treze hospitais fechados, ou então com atendimento restrito aos casos de ameaça iminente de morte. Não é possível aceitar tal explosão em matéria de competência.
O governador Pezão é incompetente. Não se pode esquecer que ele foi vice de Sérgio Cabral, eleito em 2006, reeleito em 2010; em 2014 assumiu o Palácio Guanabara em abril, em face da renúncia do titular para permitir que seu filho se candidatasse e elegesse deputado federal. Quer dizer: Pezão participava intensamente do sistema administrativo do Estado. Conhecia a situação financeira por dentro, a crise de hoje não pode tê-lo surpreendido. Elegeu-se, sobretudo, com o apoio de Cabral, sob a mensagem da continuidade.
Logo, o confronto inevitável entre arrecadação e despesa teria de ter feito parte de seu pensamento, incorporando-se a seu projeto de governo. Projeto? Infelizmente para população, não havia projeto algum. E se não existia projeto, quanto mais programa, que, essencialmente, decorre da sequência de projetos. A foto na primeira página de O Globo, edição de terça-feira, focalizando as consequências do fechamento do Hospital da Mulher foi a tradução mais forte da avalanche de erros e omissões que estão castigando o povo carioca e fluminense, especialmente os grupos de menor renda que não possuem recursos para pagar por socorros médicos. Em inúmeros casos, a culpa do governo Pezão aumenta porque quando se fala em socorros médicos pressupõem-se casos de emergência.
Não é somente isso. São exames marcados que não são realizados por falta de material, pessoas que depois de viajarem horas nas datas marcadas, ao chegarem às unidades médicas recebem a informação cruel de que os compromissos não  podem ser executados por falta de material, por defeitos em equipamentos, pela ausência dos especialistas responsáveis. As portas do Hospital da Mulher se fecharam, nesta semana, exatamente diante de uma mulher grávida prestes a da a luz.
SITUAÇÃO CAÓTICA
A desastrosa situação foi tão chocante que – assisti pela GloboNews no início da tarde de quarta-feira – a presidente Dilma Rousseff foi obrigada a convocar uma reunião extraordinária com o ministro da Saúde para atender aos efeitos do desabamento que acontece no Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, o Tribunal de Justiça expedia decisão determinando a imediata liberação de verbas para amenizar a profunda emergência que está envolvendo os passos vacilantes do governador e de seu governo.
Por falar em desadministração, acrescente-se à onda de incapacidade a demissão do ex-Secretário de Saúde, Felipe Peixoto. Que, ao sair, afirmou a O Globo que não iria abrir mão de seu sonho de disputar a Prefeitura de Niterói nas urnas de 2016.
O seu sonho pode ser confrontado com o pesadelo da população do Rio de Janeiro em ter à frente do governo alguém como o atual governador. Aliás, melhor dizendo, desgovernador.

24 de dezembro de 2015
Pedro do Coutto

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