"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 22 de novembro de 2015

PARIS E MARIANA MOSTRAM QUE AINDA NÃO ALCANÇAMOS A PAZ



Atentados em Paris são um retrocesso na civilização











Diante das recentes tragédias envolvendo conflitos humanos provenientes de agressões descabidas e de rompimento de barragem de mineradora, não podemos nos furtar em analisar nossas reações a tudo isso. Em menos de dez dias nesse mês de novembro de 2015, fomos surpreendidos com a calamidade que atingiu Mariana e demais localidades de Minas Gerais e Espírito Santo ferindo de morte trabalhadores e moradores, bem como todo o ecossistema ao seu redor, com o rompimento de barreira de mineradora em Minas Gerais. Além disso, o ataque terrorista em Paris.
A nossa estupefação com a notícia de um fato não elimina a mesma ou maior estupefação diante de outro. Uma dor não elimina a outra dor. Ambas as situações são de extrema gravidade.
Aí vão dizer: temos que nos preocupar com o que acontece no Brasil, ao nosso redor… o nosso desastre foi bem maior. O que aconteceu em Paris foi pequeno diante do que ocorreu com a queda da barreira em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, Minas Gerais. Morte por morte, a nossa guerrilha urbana mata muito mais do que as mortes ocorridas em Paris, a estatística demonstra isso.
Triste verdade, os dados estatísticos estão aí para qualquer um ver, porém, temos que analisar a fundo nossas reações ao que aconteceu em Paris, dando a esse fato, tanta consternação quanto ao que sentimos com o que ocorreu em Minas Gerais, bem perto de nós. Cada um na sua magnitude.
DUAS TRAGÉDIAS
O desastre ambiental com a destruição de um rio importante na distribuição de água em dois estados da federação; a mortandade dos peixes ao longo da trajetória desse rio, a destruição do ecossistema ao seu redor, além das vidas humanas ceifadas com a tsunami de lama; a destruição de toda uma pequena cidade com igrejas, escolas, casas, creches e comércio – tudo isso é irreparável. Todos nós estamos atônitos e sem palavras com essa tragédia que ao dizer de muitos poderia ter sido contida e evitada, mas vivemos num país que ainda engatinha em questões de educação, segurança, saúde e infraestrutura, devido principalmente ao descaso e ao escandaloso desvio de verbas destinadas ao bem estar do seu povo.
Já o ataque em Paris foi também espantoso e assustador. Pessoas comuns, curtindo o seu lazer numa atividade simples e que faz parte da vida de qualquer um que gosta de viver, seja num bate-papo com amigos, assistindo a um show ou saboreando uma boa comida, foram surpreendidas brutalmente por atiradores armados com fuzis e metralhadoras, dando tiros a esmo, atingindo essas pessoas, numa carnificina dantesca.
E tudo isso em Paris, na Cidade Luz! Uma cidade do primeiro mundo que faz parte do nosso imaginário ideológico de segurança, alegria, liberdade! Esse é o ponto!
META DE CIVILIZAÇÃO
Cidades como Paris ou Nova Iorque, são para nós um objetivo a alcançar de civilização, organização e liberdade de ir e vir. Quando um atentado acontece numa cidade como essas, o nosso sonho desmorona junto com o seu povo atingido. A revolução francesa ainda está viva e sabemos da luta que foi para a França estabelecer a democracia! A França é o símbolo da civilização!
Foi também a mesma sensação de consternação quando as Torres Gêmeas foram derrubadas no coração de Nova Iorque.  Se lá aconteceu isso, o que será de nós? Temos esperança? O nosso sonho, então, vira pesadelo!
Queremos Paz!!! Somos Paris!!!
Dizemos isso, porque não aceitamos que deixe de existir esse ideal de liberdade, de respeito, de civilização que os países do primeiro mundo alcançaram. Temos a velha Europa como meta a alcançar, pois imaginamos que lá não ocorreria nunca uma tsunami como a de Mariana.
DINHEIRO DO POVO
Imaginamos que lá o dinheiro do povo volta para o benefício do povo e que ao atingir isso viveremos em paz. Imaginamos que poderemos ir lá um dia para passear felizes e conhecer a famosa Torre Eiffel, ou passear na Champs Elisées e no Rio Sena, sem o medo que sentimos ao sair para passear em nossas cidades.
A nossa esperança depende da existência desse ideal, pois paz é nada mais, nada menos que o respeito pelas diferenças. Paz é viver e deixar viver! Paz é saber, naturalmente, que o direito de uma pessoa acaba quando o da outra pessoa começa. Paz é nos contentarmos com o que podemos ter sem precisar destruir o que o outro tem. Paz é a alegria de poder sair às ruas sem reservas e conversar com um estranho sem ter medo.
Paz é Liberdade, Igualdade e Fraternidade! Je suis Paris e Mariana!!!
22 de novembro de 2015
Gilda Bandeira Falconi

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