"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

O SILÊNCIO DE DILMA SOBRE SEU LÍDER DELCÍDIO É ENSURDECEDOR




O fim de uma grande amizade. Pelo menos, foi bom enquanto durou.













A prisão de Delcídio Amaral é constrangedora não somente para a presidente Dilma Rousseff, que nunca escondeu sua admiração pelo envolvente parlamentar do Mato Grosso do Sul, a ponto de indicá-lo líder do governo no Senado, mas também para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que retirou o nome dele da lista de parlamentares a serem investigados por inquéritos no Supremo Tribunal Federal. Na época, choveram críticas a Janot, inclusive aqui na Tribuna da Internet, porque já havia muitas evidências da participação de Delcídio Amaral em irregularidades na Petrobras desde o governo FHC, quando ainda estava no PSDB, partido a que esteve filiado entre 1998 e 2001.
Quando era tucano, foi diretor de Gás e Energia da Petrobrás, entre 2000 e 2001, exatamente na época do superfaturamento do gasoduto de Urucu, quando se tornou amigo e companheiro de Nestor Cerveró e Paulo Roberto Costa, dois dos principais envolvidos na Operação Lava Jato.
Em 2001, Delcídio se aproximou do PT em Mato Grosso do Sul, filiou-se ao partido, foi nomeado secretário de Infraestrutura do então governador Zeca do PT, e na sequência, apoiado por ele, elegeu-se ao Senado em 2002. Era um dos neopetistas mais prestigiados, até ser abatido pelos gravadores do jovem Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor Internacional da Petrobras.
NENHUMA PALAVRA…
Até agora, nenhuma palavra do Palácio do Planalto sobre a prisão de DelcÍdio Amaral. Até quando vai durar este ensurdecedor silêncio da ainda presidente Dilma Rousseff em relação a um de seus parlamentares preferidos, que a representava diretamente no Congresso Nacional, na honrosa condição de líder do governo?
Dilma também não se defenderá da gravíssima acusação de Nestor Cerveró, que em suas anotações registrou que ela sabia de tudo sobre o escândalo de Pasadena? Na época, Dilma presidia o Conselho de Administração e convocou a reunião extraordinária para comprar a sucateada refinaria americana, um dia depois de a Diretoria ter recomendado que se fechasse negócio. Nunca antes na História da Petrobras o Conselho havia sido convocado extraordinariamente com tamanha urgência.
E agora, como Dilma pode continuar imitando Lula e dizer que não sabia de nada? Para a meia dúzia de iluminados que ainda acreditavam na “inocência” dela (todos os petistas são culpados, menos a “presidenta” Dilma…), é uma decepção terrível. Mas a vida é assim mesmo, traz uma decepção atrás da outra.

26 de novembro de 2015
Carlos Newton

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