Desde que veio à tona o escândalo de sua ligação íntima com Rosemary Noronha, no final de 2011, o ex-presidente passou a fugir dos jornalistas.
E de lá para cá, os problemas se avolumaram, com a Lava Jato e as denúncias de corrupção envolvendo o PT e a base aliada, obrigando Lula a manter a estratégia de se evitar contatos com o público e com os profissionais de imprensa, sempre procurando ambientes seguros para aparecer sem ser incomodado nem entrevistado.
Passou a comparecer somente a eventos de pessoas ou instituições ligadas a ele e consideradas confiáveis, e só discursa para plateias amistosas em eventos partidários ou de aliados. Deu pouquíssimas entrevistas, a maioria para blogueiros simpáticos ao PT e ao governo.
Mas nas duas últimas semanas Lula mudou de estratégia, resolveu aparecer e concedeu duas entrevistas na TV – uma no SBT, para o jornalista Kennedy Alencar, que tem notórias ligações com o PT, e a outra na GloboNews, para Roberto D’Avila, ex-deputado federal pelo PDT. Em ambas, tratou de temas espinhosos, mas saía sempre de banda, fugindo dos assuntos. De toda forma, reconheceu erros e admitiu que Dilma e o PT disseram na campanha que não mudaria a economia, mas depois fizeram exatamente o contrário.
A derrapada maior ocorreu ao falar a Roberto D’Ávila sobre as investigações envolvendo o filho caçula, Luís Cláudio. Como se sabe, em outubro o Estadão revelou que a Polícia Federal suspeitava da compra de medidas provisórias em favor do setor automotivo, editadas a partir de 2009. O advogado lobista que teria intermediado a operação, Mauro Marcondes, conhece Lula desde os tempos de sindicalismo. Por coincidência, digamos assim, em 2014 contratou Luís Cláudio por R$ 2,6 milhões – segundo o caçula, para serviços de marketing esportivo.
A imprensa tem falado em R$ 2,4 milhões, mas na verdade foram R$ 2,6 milhões.
Agora o filho de Lula está todo enrolado, sem conseguir comprovar a prestação dos serviços a este módico preço, pagos generosamente por uma empresa que jamais operou na área esportiva.
Na entrevista, Lula deu um escorregão, porque, ao invés de defender o talento do filho, que se declara especializado em marketing esportivo, apenas disse que “ele tem de provar que fez a coisa certa”.
Mas provar como? O depoimento de Luís Cláudio à Polícia Federal foi deprimente, não conseguiu explicar nada sobre os projetos. Seus advogados apresentaram à Polícia Federal apenas os resumos dos trabalhos que teriam sido feitos por Luís Claudio. Na empresa do jovem consultor, que não tem nenhum empregado, os agentes não encontraram nada, não havia arquivo dos supostos projetos preparados para o advogado lobista.
O pior para a família Lula é que a Justiça Federal autorizou novas buscas e apreensões em endereços do casal de lobistas Mauro e Cristina Marcondes com o objetivo de permitir o aprofundamento das investigações.
E, em nova fase da Operação Zelotes, deflagrada terça-feira, a Justiça também aceitou novo pedido de prisão dos lobistas e de um comparsa acusado de envolvimento no esquema de compra de medidas provisórias e de espionagem de um dos investigadores.
Como logo ficará comprovado que Luís Cláudio nada fez para merecer o pagamento de R$ 2,6 milhões, com toda certeza será autorizada a prisão dele, que pode até ficar na mesma cela de seu vizinho e amigo Bumlai, que tem escritório no mesmo prédio onde funciona (?) ou funcionava (?) a consultoria do caçula da família Lula da Silva, num luxuoso prédio comercial em São Paulo.
26 de novembro de 2015
Carlos Newton
E de lá para cá, os problemas se avolumaram, com a Lava Jato e as denúncias de corrupção envolvendo o PT e a base aliada, obrigando Lula a manter a estratégia de se evitar contatos com o público e com os profissionais de imprensa, sempre procurando ambientes seguros para aparecer sem ser incomodado nem entrevistado.
Passou a comparecer somente a eventos de pessoas ou instituições ligadas a ele e consideradas confiáveis, e só discursa para plateias amistosas em eventos partidários ou de aliados. Deu pouquíssimas entrevistas, a maioria para blogueiros simpáticos ao PT e ao governo.
Mas nas duas últimas semanas Lula mudou de estratégia, resolveu aparecer e concedeu duas entrevistas na TV – uma no SBT, para o jornalista Kennedy Alencar, que tem notórias ligações com o PT, e a outra na GloboNews, para Roberto D’Avila, ex-deputado federal pelo PDT. Em ambas, tratou de temas espinhosos, mas saía sempre de banda, fugindo dos assuntos. De toda forma, reconheceu erros e admitiu que Dilma e o PT disseram na campanha que não mudaria a economia, mas depois fizeram exatamente o contrário.
A derrapada maior ocorreu ao falar a Roberto D’Ávila sobre as investigações envolvendo o filho caçula, Luís Cláudio. Como se sabe, em outubro o Estadão revelou que a Polícia Federal suspeitava da compra de medidas provisórias em favor do setor automotivo, editadas a partir de 2009. O advogado lobista que teria intermediado a operação, Mauro Marcondes, conhece Lula desde os tempos de sindicalismo. Por coincidência, digamos assim, em 2014 contratou Luís Cláudio por R$ 2,6 milhões – segundo o caçula, para serviços de marketing esportivo.
A imprensa tem falado em R$ 2,4 milhões, mas na verdade foram R$ 2,6 milhões.
Agora o filho de Lula está todo enrolado, sem conseguir comprovar a prestação dos serviços a este módico preço, pagos generosamente por uma empresa que jamais operou na área esportiva.
Na entrevista, Lula deu um escorregão, porque, ao invés de defender o talento do filho, que se declara especializado em marketing esportivo, apenas disse que “ele tem de provar que fez a coisa certa”.
Mas provar como? O depoimento de Luís Cláudio à Polícia Federal foi deprimente, não conseguiu explicar nada sobre os projetos. Seus advogados apresentaram à Polícia Federal apenas os resumos dos trabalhos que teriam sido feitos por Luís Claudio. Na empresa do jovem consultor, que não tem nenhum empregado, os agentes não encontraram nada, não havia arquivo dos supostos projetos preparados para o advogado lobista.
O pior para a família Lula é que a Justiça Federal autorizou novas buscas e apreensões em endereços do casal de lobistas Mauro e Cristina Marcondes com o objetivo de permitir o aprofundamento das investigações.
E, em nova fase da Operação Zelotes, deflagrada terça-feira, a Justiça também aceitou novo pedido de prisão dos lobistas e de um comparsa acusado de envolvimento no esquema de compra de medidas provisórias e de espionagem de um dos investigadores.
Como logo ficará comprovado que Luís Cláudio nada fez para merecer o pagamento de R$ 2,6 milhões, com toda certeza será autorizada a prisão dele, que pode até ficar na mesma cela de seu vizinho e amigo Bumlai, que tem escritório no mesmo prédio onde funciona (?) ou funcionava (?) a consultoria do caçula da família Lula da Silva, num luxuoso prédio comercial em São Paulo.
26 de novembro de 2015
Carlos Newton
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