Não é surpresa. Kátia Abreu (PMDB-TO) nunca foi ministra do PMDB, sempre foi uma escolha de Dilma. Até mesmo a sua filiação ao partido foi dramática. Tocantins não aceitaria seu registro, então a senadora correu para Brasília, ajoelhando-se aos pés de Temer e Raupp para conseguir a filiação. Tudo obra de Eduardo Cunha, que odeia Kátia Abreu. O plano era maligno: deixá-la sem partido para concorrer a reeleição que venceu por apenas 5.000 votos em Tocantins.
Agora, por ordem de Dilma Rousseff, a ministra da Agricultura não foi juntar-se a Michel Temer, na Rússia, em missão prioritária para a agricultura e pecuária. Ficou participando das decisões sobre cortes no orçamento, inclusive aquelas que retiraram R$ 1,1 bilhão da agricultura. Partiria em seguida para a Rússia, mas. por ordem de Dilma, torceu o pé e não foi juntar-se à viagem "do PMDB", onde o vice-presidente encontra-se com seis ministros. Não ficaria bem ministros próximos à presidente prestigiarem a viagem. Ora, parlamentares e jornalistas que conhecem sabem que a senadora viajaria de muletas ou de cadeira de rodas, se não houvesse a proibição de Dilma. E que também, obcecada por estar na mídia, não deixaria de participar do programa no PMDB na TV, como deixou.
Este gesto vai custar a Kátia Abreu o ministério da Agricultura, caso o vice Temer venha a ocupar o lugar de Dilma Rousseff, se vingar o impeachment. Uma pena, já que ela faz um bom trabalho naquela pasta, pelo menos melhor do que os seus antecessores, excetuando-se um Roberto Rodrigues ou um Eliseu Resende. Terá que voltar ao Senado, talvez para defender, ao lado do PT, a volta da CPMF que, um dia, ainda no PFL, ajudou a derrubar. Ou mais terras para o MST na reforma ágrária. Ou tentar derrubar a PEC dos índios. Coisas da política, que às vezes apresenta estas bipolaridades.
15 de setembro de 2015
in coroneLeaks
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