"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

DILMA DIZ ESTAR ATENTA ÀS TENTATIVAS DE PRODUZIR INSTABILIDADE

PLANALTO VAI COMBATER QUALQUER AMEAÇA À DEMOCRACIA, DISSE

SEM CITAR IMPEACHMENT, DILMA ROUSSEFF AFIRMA QUE IMPEDIRÁ QUE 'PROCESSOS NÃO DEMOCRÁTICOS SE FORTALEÇAM' (FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO)


Reconhecendo a preocupação do seu governo, com as movimentações pró-impeachment, a presidente Dilma Rousseff avisou em entrevista, no Palácio do Planalto, que "nós faremos tudo para impedir que processos não democráticos cresçam e se fortaleçam".

Dilma, ao ser perguntada sobre as manobras que recrudesceram pedindo seu afastamento do cargo, foi cuidadosa para não citar a palavra "impeachment" e nem "golpe". "O Brasil a duras penas conquistou uma democracia. Eu sei do que estou dizendo, eu sei quantas penas duras foram (necessárias) para conquistar democracia. Nós não vamos em momento algum concordar (com movimentos pró-impeachment)", desabafou ela.

Segundo a presidente, "o governo está atento a todas as tentativas de produzir uma espécie de instabilidade profunda no País". E emendou: "O pessoal do quanto pior melhor. Esse pessoal, só eles ganham, a população e o resto dos setores produtivos, de trabalhadores, cientistas, perdem", emendou a presidente, após cerimônia de entrega do prêmio Jovem Cientista.

O Planalto está fazendo um mapeamento para ver quantos votos dispõem da base aliada para barrar a tramitação do processo do impeachment. A maior preocupação do governo é com a relação com o PMDB que chegou a níveis muito ruins depois dos seguidos estresses com o vice-presidente Michel Temer, que chegou a dizer que Dilma, com 7% de popularidade, não chegaria ao final do mandato, apesar de depois, ter voltado atrás e dito exatamente o contrário, que ela chega em 2018.

Pouco antes, no discurso, a presidente já havia dito que o Brasil é muito maior do que os "pessimistas de plantão" querem fazer crer. E acrescentou que "nos temos capacidade de superar os desafios".

Dilma tem feito várias reuniões com parlamentares e governadores não só para pedir apoio para a aprovação das novas medidas que ajudarão o ajuste fiscal, mas também para barrar a movimentação dos que apoiam o seu afastamento. O governo sabe que a situação mais dramática é na Câmara, onde o governo tem menos de 200 votos para barrar a iniciativa.

Na reunião com os governadores dos partidos aliados, na segunda à noite, a presidente também apelou a eles para que trabalhem pela derrubada desta mobilização para tirá-la do cargo. Falou também das medidas que está adotando tentando mostrar que o governo está trabalhando para tirar o País da crise. Vários governadores se ofereceram, inclusive, para fazerem uma frente ampla contra o impeachment. Mas, em todas as conversas no governo, nos últimos dias, este assunto está presente, daí a mobilização dos interlocutores da presidente para evitar que esse processo se amplie.

Os ministros também foram recomendados a trabalhar em defesa do governo, recebendo parlamentares em seus gabinetes para convencê-los a derrubar todas as iniciativas pro-impeachment. (AE)



15 de setembro de 2015
diário do poder

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