Todas as manhãs, Francisco Tavares tirava seu pequeno bólido da garagem para ir trabalhar. Num percurso digno de quem venceu na vida, ele se dirigia à sua concessionária Peugeot da cidade litorânea de Santos (70 km de São Paulo) ao volante de seu RCZ. A viagem à beira-mar durava uns vinte minutos. Dirigindo cupê esporte de marca francesa, ele não passava despercebido. Questão de prestígio…
Mas a vida regrada de seu Chico – como é chamado pelos clientes – deu uma cambalhota recentemente. Primeiro, o desaquecimento do setor obrigou-o a mudar-se para um ponto mais modesto e mais barato. Em seguida, o gigantesco escândalo de corrupção que sacode o país há um ano começou a produzir efeitos devastadores no conjunto da economia, solapando a confiança do consumidor.
Não restou outra saída: Francisco Tavares fechou a concessionária.
Extrato do relato de Thierry Ogier, correspondente no Brasil do jornal econômico francês Les Echos. Para ler o artigo integral (em francês), clique aqui.
14 de setembro de 2015
Thierry Ogier, in Brasil de longe
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