"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

EM BUSCA DE ESTRATÉGIAS

CUNHA ARTICULA PARA TENTAR APROVAR NOVA PEC DA MAIORIDADE AINDA HOJE

PRETENDEM UTILIZAR A FLEXIBILIDADE PARA REVERTER OS VOTOS E AVALIZAR A PEC




A MANOBRA DE CUNHA É PARECIDA COM A JÁ ADOTADA
NAS VOTAÇÕES DA REFORMA POLÍTICA 
FOTO: GUSTAVO LIMA/ CÂMARA DOS DEPUTADOS


O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), desencadeou uma articulação política para reverter a derrota sofrida nesta madrugada e tentar aprovar, ainda nesta quarta-feira, 01, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz a maioridade penal para alguns delitos.

Uma PEC nesse sentido foi rejeitada em votação iniciada ontem e que se estendeu por mais de sete horas. O texto, que não foi aprovado por uma margem de apenas cinco votos, previa que a maioridade penal passaria de 18 para 16 anos em casos de crimes hediondos, homicídio doloso, tráfico de drogas, lesão corporal grave ou seguida de morte e roubo com causa de aumento de pena, como o uso de arma.

A estratégia encampada agora pelos aliados de Cunha é apresentar uma emenda e restringir ainda mais o alcance da PEC e retirar da lista de exceções o tráfico de drogas, ato para o qual a maioridade penal continuaria a ser de 18 anos. Outra possibilidade em estudo é afrouxar ainda mais o texto e também suprimir o crime de roubo.

"Temos concordância (com a emenda), achamos que reduzir a maioridade nos crimes contra a vida é fundamental", afirmou o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ). "No PMDB, 70% da bancada votou nessa posição e hoje acredito que uma proposta restrita a crimes de alta gravidade terá proporção maior", completou.

Com a flexibilização, os parlamentares que defendem a redução da maioridade esperam reverter votos e alcançar a maioria necessária para avalizar a PEC.

O argumento encampado por Cunha é que, como só foi derrubado um parecer da comissão especial que discutiu a redução da maioridade, os deputados ainda podem analisar uma série de outros textos apensados à proposta original, desde que o texto seja diferente daquele rejeitado. É um expediente parecido a uma manobra já adotada pelo peemedebista durante as votações da reforma política.

Ao ser derrotado em uma primeira votação que pretendia incluir na Constituição o financiamento privado de campanha, o presidente da Câmara mobilizou seus apoiadores para aprovar, no dia seguinte, uma redação sobre o mesmo tema, mas com uma modificação: a permissão para que empresas fizessem doações apenas a partidos políticos, excetuando aí os candidatos.

Com a nova articulação sobre a maioridade penal, Cunha espera votar a redução da maioridade penal ainda hoje. Mas a data da votação só será definida após reunião do colégio de líderes, nesta tarde.(AE)



01 de julho de 2015
diário do poder

Nenhum comentário:

Postar um comentário